Efeito da concentração plaquetaria na coleta e criopreservação dos concentrados de plaquetas "secas" obtidos por aferese
AUTOR(ES)
Evaldo Pasquini Landi
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
Introdução. A criopreservação dos concentrados de plaquetas pode ser de grande importância para a manutenção dos estoques de concentrados de plaquetas. No entanto, a criopreservação exige a adição e remoção do crioprotetor, o que toma a técnica trabalhosa e de custo elevado. Os concentrados de plaquetas "secas" se caracterizam por apresentarem pequeno conteúdo plasmático. A criopreservação destes concentrados eliminaria a necessidade de centrifugação para remoção do plasma excedente antes da adição do crioprotetor. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da coleta por aférese e da criopreservação dos concentrados de plaquetas "secas" e a atividade do dimetilsulfóxido (DMSO) 5% e 2% com inibidores da segunda resposta celular (ThromboSol@)como substâncias crioprotetoras para os concentrados de plaquetas "secas". Material e Métodos. Foram coletadas 28 unidades de concentrados de plaquetas convencionais e "secas", utilizando o mesmo procedimento de aférese para cada coleta. Amostras dos respectivos concentrados foram obtidas para análise microbiológica, contagem de leucócitos, contagem plaquetária, detenninação do volume plaquetário médio, do pH e dos níveis de glicose e DHL. Para avaliar a ocorrência de ativação plaquetária, foram estudados por citometria de fluxo, o complexo GPlb (CD42b), a integrina allbf33 (CD41), a p-selectina (CD62p) e a ligação da anexina V. A avaliação funcional foi realizada por meio da agregação plaquetária com difosfato de adenosina (ADP), epinefrina, colágeno e ácido aracdônico. Após o descongelamento, foram colhidas amostras para realização dos mesmos testes acima descritos. Os concentrados de plaquetas "secas" foram comparados aos concentrados de plaquetas convencionais por aférese e aos concentrados de plaquetas "secas" criopreservados, assim como o grupo de concentrados de plaquetas "secas" criopreservado com DMSO 5% foi comparado ao grupo criopreservado com ThromboSol@. Para análise estatística foi utilizado o teste de Wilcoxon pareado na comparação de bolsas do mesmo indivíduo,e não pareado, quando se tratava de indivíduos diferentes.Os resultados foram consideradossignificativos se p<0,05. Resultados. Os concentrados de plaquetas "secas" apresentaram menor pH (p<0,001) e conteúdo de glicose (p<0,001), maiores níveis de DHL (p<0,001), maior porcentagem de plaquetas pselectina positivas (p<0,001) e menor resposta agregatória com ADP (p<0,001) e epinefrina (p<0,001). A criopreservação ocasionou alterações morfológicas nas plaquetas e foi associada à maior ocorrência de lise, ativação e diminuição da resposta funcional. A criopreservação com ThromboSol@foi associada a maiores níveis de DHL (p<0,001) e à maior ligação da anexina V (p=0,005), além de menor porcentagem de plaquetas CD42 positivas (p=0,01) e menor resposta agregatória ao colágeno (p=0,005). Conclusão. Este estudo sugere que os concentrados de plaquetas "secas" devem ser prontamente criopreservados após a coleta para evitar a redução do pH e a ocorrência de ativação plaquetária. A utilização de DMSO 5% ofereceu um efeito crioprotetor melhor ao do ThromboSol@
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