Efeito da coleta se sementes sobre a regeneração de Colubrina glandulosa G. Perkins (Rhamnaceae) em área de reflorestamento no sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/08/2011

RESUMO

Em função da acelerada fragmentação das florestas, muitas espécies arbóreas tem sido exploradas através da coleta de sementes visando à produção de mudas utilizadas em reflorestamentos. O objetivo desde estudo foi avaliar o efeito da coleta de sementes sobre a regeneração de Colubrina glandulosa através da análise da demografia, das estruturas de tamanho e espacial, da chuva de sementes e do recrutamento em áreas com e sem coleta de sementes de um reflorestamento, a fim de adequar a coleta de sementes da espécie, visando à exploração sustentável deste produto florestal não-madeireiro na área. Foram estabelecidas 54 parcelas de 100m2 (10m x 10m), divididas em seis blocos de nove parcelas cada um, na área de reflorestamento do Parque Estadual Mata dos Godoy (PEMG), 23º27’ S e 51º15’ W (centro de visitantes), Londrina, Paraná, Brasil. Cerca de 80% das sementes de todos os indivíduos reprodutivos de C. glandulosa do grupo tratamento (GT) foram coletadas antes do período de dispersão, enquanto no grupo controle (GC) não houve coleta. Todos os indivíduos de C. glandulosa foram identificados e mapeados nas parcelas e tiveram a altura medida em cada amostragem realizada (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010). Os indivíduos foram distribuídos em nove classes de altura e as variações demográficas no GC e no GT foram descritas utilizando-se o modelo de matrizes de Lefkovitch, a fim de estimar a taxa finita de crescimento populacional (l). O l do GC indicou crescimento populacional, enquanto no GT o l indicou equilíbrio populacional. A análise de elasticidade indicou que a permanência dos indivíduos na última classe de tamanho foi a taxa demográfica que mais contribuiu para o valor de l nos dois grupos. O LTRE (life-table-response-experiment) revelou que o crescimento e a fecundidade também são taxas demográficas importantes para explicar as variações no l entre os grupos. As estruturas de tamanho, comparadas entre o GC e o GT pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, diferiram em 2007, 2009 e 2010 em função do menor número de indivíduos amostrados na primeira classe de tamanho no GT. A estrutura espacial do número total de indivíduos e dos indivíduos ingressantes (da primeira classe de tamanho) de C. glandulosa foi analisada separadamente em cada bloco através do coeficiente de autocorrelação espacial dado pelo índice de Moran (I). Esta análise indicou que a distribuição espacial de todos os indivíduos e dos indivíduos ingressantes foi aleatória na maioria dos blocos. A chuva de sementes de C. glandulosa foi avaliada durante o período de dispersão da espécie (agosto a novembro de 2006), por meio de coletores de madeira. De acordo com o teste t de Student não houve diferença significativa entre a quantidade de sementes amostrada nos tratamentos (t= -0,23; p= 0,81; α=0,05). Também foram calculadas as limitações ao recrutamento (LF= limitação da fonte; LD= limitação da dispersão; LEF= limitação de estabelecimento fundamental e LER= limitação de estabelecimento realizada) e estas foram maiores no GT. Sugere-se que houve diferença na regeneração de C. glandulosa entre as áreas com e sem coleta de sementes do reflorestamento, indicando que o nível atual de coleta de 80% das sementes pode comprometer a regeneração da espécie em longo prazo e, portanto, encontra-se acima da quantidade sustentável para a manutenção desta população explorada.

ASSUNTO(S)

sementes - mudas - produção florestas - regeneração (botânica) plantas - população floresta sustentável ecologia florestal forest regeneration seeds production

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