Efeito da aplicação de extrato pirolenhoso,óleo de nim (Azadirachta indica) e acibenzolar-s-metil sobre a interação nematóide-planta hospedeira

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A adoção de métodos alternativos para manejo integrado de fitonematóides representa estratégia promissora devido às limitações dos métodos tradicionais. Os objetivos do presente estudo foram: i) avaliar a eficiência de extrato pirolenhoso (EP) em quatro concentrações: 0; 0,01; 0,02; 0,04 (EP/água, relação v/v) no controle de Meloidogyne incognita raça 1 em tomateiro (Lycopersicon esculentum) cv. Santa Cruz Kada Gigante e Rotylenchulus reniformis em meloeiro (Cucumis melo) cv. Amarelo Ouro, em casa de vegetação, e ii) determinar o efeito de acibenzolar-S-metil (ASM) e óleo de nim (Azadirachta indica) sobre a eclosão, penetração e reprodução de M. incognita raça 1 em meloeiro e cana-de-açúcar (Saccharum sp.). No estudo com extrato pirolenhoso adotou-se delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2 (solo infestado e não infestado com o nematóide) × 4 (concentrações de extrato pirolenhoso), com seis repetições, cada uma constituída por uma planta por vaso. A infestação do solocom 5.000 ovos por vaso de R. reniformis e M. incognita foi realizada 10 e 15 dias após a germinação do meloeiro e tomateiro, respectivamente, e 24 horas após, foi aplicado no solo 50 mL de extrato pirolenhoso nas concentrações estudadas. Duas pulverizações complementares foram realizadas 15 e 30 dias após a primeira aplicação do extrato no solo e as avaliações efetuadas 55 (meloeiro) e 65 (tomateiro) dias após o plantio. Para ambos parasitos, não houve interação significativa entre presença do nematóide e diferentes concentrações de extrato pirolenhoso em relação ao desenvolvimento das plantas e reprodução dos nematóides. Plantas cultivadas em solo não infestado apresentaram biomassas da parte aérea maiores (P≤0,05) do que aquelas cultivadas em solo infestado. No entanto, o extrato não teve efeito supressivo sobre a reprodução de R.reniformis ou M. incognita. No estudo com ASM e óleo de nim foram conduzidos cinco experimentos, um experimento em condições de laboratório e quatro em casa de vegetação. No experimento em laboratório, foi avaliada a eclosão de M. incognita após 48 e 168 horas de exposição a ASM (0,05 g/L e 0,50 g/L), óleo de nim (1 e 2%) e água (testemunha). Nos experimentos em casa de vegetação, acompanhou-se a penetração de juvenis do segundo estádio (J2) eclodidos sob ação desses produtos em meloeiro (Cucumis melo) cv. Amarelo Ouro, sete dias após a inoculação. Em outro experimento, ovos de M. incognita foram expostos aos produtos por 172 horas, nas concentrações usadas anteriormente e inoculados em meloeiro, avaliando-se a reprodução do parasito 45 dias após inoculação. Outros experimentos foram realizados em cana-de-açúcar (Saccharum sp.) var. RB 92-759 e SP 813250, nos quais investigou-se a relação entre aépoca de aplicação dos produtos e o período de inoculação, e interações entre produtos, nematóide e fungos micorrízicos arbusculares (FMA). Os resultados obtidos indicaram que o óleo de nim reduziu a eclosão de M. incognita. Da mesma forma, a exposição de J2 ao ASM diminuiu a penetração do nematóide na raiz, no entanto, não ocorreu interferência na reprodução do parasito quando os ovos foram expostos ao indutor. A aplicação de ASM nas plantas diminuiu a reprodução do nematóide, mas não afetou o desenvolvimento do vegetal. A presença de FMA suprimiu a reprodução de M. incognita e favoreceu o efeito do ASM. O óleo de nim não afetou o desenvolvimento das plantas nem a reprodução do nematóide.

ASSUNTO(S)

saccharum sp fitonematologia rotylenchulus reniformis meloidogyne incognita alternative control controle alternativo fitopatologia nim lycopersicon esculentum cucumis melo

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