Educação como Forma de Resistência: o caso da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Esta dissertação investiga o processo pelo qual a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos do Rio de Janeiro possibilitou tanto o acesso dos negros à escolarização, quanto o contato com a leitura e escrita através de suas praticas cotidianas. A pesquisa apoiou-se em documentos escritor, iconografia e, sobretudo, em depoimentos orais. As narrativas dos irmãos, cujas famílias a varias gerações freqüentam a entidade, permitiram perceber o significado que ela assume nas memórias individual e coletiva. Essas memórias preservam e atualizam a identidade do grupo. As categorias que organizam os dados empíricos são: memória/esquecimento; identidade/diferença; espaço/lugar; e letramento e intelectual orgânico. Concluiu-se que as praticas educativas, no cotidiano da Irmandade forjavam uma forma peculiar de resistência alicerçada na fé e na tradição e instrumentalizada por um processo de letramento autônomo e ideológico. Os rituais que impregnam sua organização e funcionamento produzem o sentimento de pertencimento institucional e a elaboração de uma história que se contrapõe à história oficial, na qual o negro só aparece como escravo ou ex-escravo. Na história da Irmandade o negro é capaz de gerenciá-la com autonomia e direcionar o próprio destino, valorizando a escolarização, os atributos intelectuais e exercício da cidadania.

ASSUNTO(S)

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