Ecologia reprodutiva de Sterna hirundinacea Lesson, 1831 e Thalasseus sandvicensis (Lathan, 1787) (Aves, Sternidae) na ilha dos Cardos, Santa Catarina, Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Os trinta-réis apesar de serem amplamente distribuídos na América do Sul, (o trinta-réis-de-bico-vermelho ocorrendo da Terra do Fogo à Bahia e pelo Pacífico ao longo da costa sul até o Peru), e o trinta-réis-do-bico-amarelo, (desde as Ilhas do Caribe até o sul da Argentina, Porto Deseado, Santa Cruz, 50S), e terem populações relativamente numerosas, tem muitos aspectos de sua ecologia ainda pouco conhecidos na região Neotropical. Foram realizadas amostragens diárias na Ilha dos Cardos, Florianópolis, SC, ao longo de 2003, 2005, 2006 a 2008, com o objetivo de caracterizar a ecologia reprodutiva dessas espécies. A temporada de 2003 iniciou com a chegada dos primeiros adultos em meados de maio, e em 2005 e 2006 ocorreu no final de abril, com a saída dos adultos no início de outubro. Foram registrados 2486 ninhos de S. hirundinacea em 2005 a 1852 em 2006, com número médio de ovos por postura variando entre 1,45 em 2006 a 1,19 em 2003 e o sucesso de eclosão em 2006 foi estimado em 82,16%. Enquanto que para Thalasseus sandvicensis em 2003, foram necessários em média 23,50,2 dias para a eclosão dos filhotes, totalizando um sucesso de incubação de 83,33%. Foram registradas 6248, 5140 e 4006 presas transportadas por S. hirundinacea e 1157, 628 e 98 por Thalasseus sandvicensis à colônia em 2003, 2005 e 2006, respectivamente. A entrega de alimento aos filhotes ocorreu desde as primeiras horas da manhã até o final da tarde. Os primeiros filhotes eclodiram em julho de 2003 e junho de 2005 e 2006, com sucesso reprodutivo para S. hirundinacea de 50,94%, 35,96 e 53,47%, e para Thalasseus sandvicensis de 48,00, 29,94 e 5,00%, respectivamente. A maior taxa de crescimento para S. hirundinacea ocorreu nos 20 primeiros dias de vida com pequenos acréscimos até o vôo e conseqüente abandono da ilha dos Cardos em torno do 46 dia em 2003, 45 em 2005 e 42 em 2006. O tamanho pequeno da ilha, a reduzida pressão antrópica e a pouca atuação da gaivota (Larus dominicanus), considerada o principal predador no litoral brasileiro, durante o período de postura, permitiu a ocupação regular deste sítio, tornando-o um local importante para a conservação dessas espécies.

ASSUNTO(S)

ecologia trófica ave ecologia biologia reprodutiva conservação ecologia populacional

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