Ecologia alimentar da Tiriba-de-cara-suja (Pyrrhura molinae) em matas secas do oeste brasileiro

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Biology

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-05

RESUMO

O gênero Pyrrhura é constituido de pequenos periquitos comuns tanto em matas secas quanto úmidas, sobretudo da América do Sul. Pyrrhura molinae ocorre durante o ano todo em florestas altamente sazonais do oeste brasileiro. Essa espécie, bem como a maioria dos psitacídeo, permanece pouco conhecida. Portanto, nesse estudo, foi examinada a ecologia alimentar de P. molinae em dois tipos de florestas secas (altamente decídua e semidecídua), do oeste brasileiro, bem como as relações entre a produção de flores frutos e a utilização desses recursos. Pyrrhura molinae exibiu uma dieta flexível em que utilizou recursos de 16 espécies arbóreas, sendo flores de três, sementes de outras três, a polpa dos frutos ou arilo de quatro espécies e, simultaneamente, a polpa e semente de seis espécies. Os periquitos consumiram principalmente frutos carnosos na floresta semidecídua, especialmente as infrutescências de Cecropia pachystachya. Por outro lado, na floresta altamente decídua, figos predominaram na dieta (70% dos registros de alimentação), somados ao néctar e sementes de frutos secos. Ficus calyptroceras, além de abundante produziu frutos o ano todo, que foram consumidos substancialmente pelos periquitos mês a mês. Presumivelmente, por explorar uma ampla variedade de recursos vegetais e subsistir, em grande parte, a base de figos produzidos assincronicamente, Pyrrhura molinae persiste à severa estação seca nas matas decíduas do oeste brasileiro.

ASSUNTO(S)

psittacidae matas secas fenologia frugivoria pyrrhura molinae

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