Echocardiographic assessment of mechanical synchrony as predictor of events in patients with heart failure. / Avaliação ecocardiográfica da sincronia mecânica como marcador de eventos em portadores de insuficiência cardíaca.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/04/2012

RESUMO

A ecocardiografia é um importante exame no diagnóstico de insuficiência cardíaca, avaliando as funções, sistólica e diastólica, comprometidas nesta síndrome. Pacientes com insuficiência cardíaca apresentando disfunção sistólica esquerda constituem uma população com alta morbidade e mortalidade, tendo sido descritos diversos parâmetros ecocardiográficos marcadores de prognóstico. Recentemente, desenvolveram-se metodologias que possibilitam avaliar a sincronia mecânica do coração que se apresenta especialmente comprometida nesta população. No entanto, o valor destas medidas em estimar o risco de eventos clínicos adversos é incerto. O objetivo deste estudo foi o de testar se estas medidas ecocardiográficas podem constituir marcadores de eventos cardíacos adversos em pacientes clinicamente estáveis com insuficiência cardíaca e disfunção sistólica esquerda. Duzentos e sete pacientes encaminhados consecutivamente dos ambulatórios de Insuficiência Cardíaca e Miocardiopatias, em condição clínica estável e com medicação otimizada realizaram um ecocardiograma, coletando-se nesta data: dados clínicos, eletrocardiográficos e amostras de sangue. No ecocardiograma, avaliaram-se além das medidas convencionais, aquelas que descrevem a sincronia: atrial esquerda, atrioventricular, interventricular, intraventriculares diastólica e sistólica, esta última por cinco metodologias distintas. Acompanharam-se estes pacientes por 1,5±0.9 anos. Por meio da regressão logística de Cox, analisaram-se estes dados como marcadores dependentes ou independentes de desfecho principal (óbito ou transplante cardíaco) e secundário (óbito, transplante cardíaco ou hospitalização por descompensação da insuficiência cardíaca). As características e frequências mais marcantes do grupo foram: sexo masculino - 64%, idade 58±13 anos, Classe funcional II/III - NYHA 70%, doença arterial coronariana 40%, uso de inibidores de enzima de conversão ou bloqueador dos receptores de angiotensina II 93%, uso de betabloqueadores 90%, intervalo QRS 148±31 ms, bloqueio de ramo esquerdo 57%, diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo 72±9 mm, fração de ejeção do ventrículo esquerdo 30±5 %, disfunção diastólica grau III ou IV 46%, insuficiência mitral mais que discreta 19%. Nenhuma variável ecocardiográfica que avalia a sincronia mecânica foi marcadora destes eventos. Na análise multivariada pelo modelo de Cox, as variáveis associadas ao desfecho primário foram: sexo feminino HR, 0,14 (p=0.01), Classe funcional III - NYHA, HR 14,64 (p<0.01), índice de massa cardíaca cada 10 g, HR 1,16 (p<0,01), fração de ejeção do ventrículo esquerdo cada 5%, HR 0,44 (<0,01) e a fração de esvaziamento ativo do átrio esquerdo cada 10%, HR 0,38 (p<0,01). Para o desfecho secundário, as variáveis que se associaram foram: Classe funcional III - NYHA, HR 8,50 (p<0,01), índice de massa cardíaca cada 10 g, HR 1,06 (p=0,04), fração de esvaziamento ativo do átrio esquerdo cada 10%, HR 0,69 (p=0,01) e a integral do Doppler da via de saída do ventrículo esquerdo cada 5 cm, HR 0,65 (p=0,03). Os resultados deste estudo indicam que as medidas ecocardiográficas de sincronia cardíaca não se apresentam como marcadores prognósticos de pacientes clinicamente estáveis, portadores de insuficiência cardíaca com disfunção sistólica esquerda.

ASSUNTO(S)

dysfunction/diagnosis biological markers/blood disfunção ventricular esquerda/diagnóstico echocardiography ecocardiografia insuficiência cardíaca sistólica/mortalidade left ventricular marcadores biológicos/sangue systolic heart failure/mortality

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