É a ciência a razão em ação ou ação social sem razão?
AUTOR(ES)
Oliva, Alberto
FONTE
Scientiae Studia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-03
RESUMO
Este artigo rechaça a proposta da sociologia cognitiva da ciência de explicar a ciência, inclusive o conteúdo de suas teorias, como subproduto de causas sociais. Além do mais, examina por que há um claro e total descasamento entre a visão de ciência, fortemente internalista, perfilhada pela maioria dos cientistas naturais, e o modo externalista - tudo na ciência se explica por causas sociais - com que é reconstruída pelos defensores do socioconstrutivismo. Este artigo esposa a tese de que a abordagem adotada pela sociologia cognitiva da ciência introduz implicitamente o conceito manheimiano de desmascaramento, ao desqualificar a compreensão que os cientistas têm do que fazem: são determinados por causas em suas rotinas de pesquisas, mas se vêem movidos por razões. A retomada dessa velha tradição em ciências sociais - de desmascarar o modo com que os agentes veem a si mesmos e atribuem significado e razões a suas ações - precisa ser avaliada criticamente por uma metaciência interessada em descobrir os modos típicos com que pode se dar a interação entre razões e fatores e em evitar a tentação de reduzir o epistêmico ao social.
ASSUNTO(S)
razões epistêmicas fatores psicossociais ação humana desmascaramento função manifesta função latente
Documentos Relacionados
- A razão inconstante: ciência, saber e legitimação social
- Escravidão "suave" no Brasil: Gilberto Freyre tinha razão?
- Serviço Social: razão ontológica ou instrumental?
- A ação do agente ou o agente da ação? Presos sem condenação na periferia de Alagoas
- Realizar pesquisa sem ação ou pesquisa-ação na área de Administração? Uma reflexão metodológica