DYSPHAGIA OCCURRENCE IN COVID-19-POSITIVE PATIENTS IN TWO HOSPITALS IN BRAZIL

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FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

RESUMO Contexto A COVID-19 compreende uma infecção respiratória decorrente da contaminação pelo vírus SARS-CoV-2, sendo a insuficiência respiratória aguda uma de suas principais características, levando a uma alta frequência de intubação orotraqueal (IOT), que por sua vez aumenta o risco para a disfagia. Uma vez que esta pode levar ao comprometimento pulmonar, conhecer a real ocorrência de disfagia em parte da população brasileira e suas associações permite o manejo clínico precoce e eficaz da equipe multidisciplinar em relação aos pacientes. Objetivo: Verificar a ocorrência de disfagia em pacientes adultos positivos para COVID-19 em dois hospitais brasileiros, referências no atendimento à pandemia. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, observacional longitudinal, realizado em dois hospitais privados no Brasil, ambos referências no atendimento de pacientes com isolamento por coronavírus. Inicialmente os dados foram levantados por meio de consulta aos prontuários de cada paciente. Foram também coletadas informações sobre sexo, idade, doenças anteriores, teste de COVID-19 e período de IOT. Após a coleta de dados, foi realizada a avaliação fonoaudiológica clínica da deglutição de cada paciente por meio do Gugging Swallowing Screen (GUSS) adaptado, do ASHA NOMS e da Functional Oral Intake Scale (FOIS). Resultados Foram avaliados 129 participantes, com média de idade de 72 anos. De acordo com a escala GUSS, 9,3% dos pacientes apresentaram deglutição normal/funcional, enquanto 90,7% apresentaram disfagia, sendo esta de grau leve em 17,05%, moderado em 33,33% e grave em 37,98%. Quanto aos resultados do ASHA NOMS, a maioria (36,5%) dos pacientes encontrava-se no nível 1, que representa o paciente que não consegue receber alimentação por via oral, tendo a necessidade do uso de alimentação por sonda. Esse dado está de acordo com os resultados observados com a escala FOIS, em que a maioria dos pacientes (42,1%) foi classificada como nível I, quando a ingestão de alimentos ocorre exclusivamente por sondas, sem oferta por via oral. Dos 129 participantes, 59% deles necessitaram de IOT. Ao comparar o tempo de IOT e a gravidade da disfagia, encontrou-se diferença estatisticamente significante, sendo que quanto mais grave a disfagia, maior o tempo que o paciente permaneceu intubado. Conclusão Existe alta incidência de disfagia orofaríngea em pacientes com COVID-19, com maior gravidade durante períodos mais longos de IOT.

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