Doutores da alegria e profissionais de saúde: o palhaço de hospital na percepção de quem cuida

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/05/2011

RESUMO

Este estudo teve por objetivo analisar a percepção de profissionais de saúde sobre a atuação dos Doutores da Alegria, um grupo formado por artistas que se vestem de palhaços e visitam crianças internadas em hospitais públicos, e sua influência no seu cotidiano de trabalho. Os sujeitos da pesquisa foram treze profissionais das diferentes categorias que atuam na enfermaria e no CTI da unidade pediátrica de um hospital universitário. A pesquisa foi de natureza qualitativa e, com relação aos dados coletados por meio de entrevistas, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os resultados apontaram que os profissionais de saúde percebem os Doutores da Alegria de forma positiva e os vêem como um grupo que desenvolve atividades geradoras de benefícios diversos, dentre os quais, a transformação do clima no ambiente hospitalar, considerado pelos entrevistados como tenso, pesado e estressante e com rotinas de trabalho cansativas e maçantes, em algo mais leve, alegre e descontraído. Entretanto, profissionais do CTI disseram ter restrições ao trabalho dos palhaços, pelo fato de que há momentos em que a tensão nesse local é muito grande e a presença dos Doutores da Alegria interfere na rotina de trabalho, e que nos momentos de maior sofrimento, os pais das crianças internadas não estariam abertos para as brincadeiras dos palhaços. Verificou-se que na visão dos profissionais, seus colegas de trabalho percebem como positivas as atividades desenvolvidas pelos Doutores da Alegria, e que pouquíssimos não percebem-nas da mesma forma, devido a uma característica de personalidade. Não foi possível comprovar mudança no comportamento da equipe de profissionais após o início das atividades dos Doutores da Alegria, ocorrido em 2007. Também não se relatou interferências prejudiciais na rotina de trabalho dos profissionais, salvo raramente, em situações pouco significativas. Os profissionais consideram as atividades dos Doutores da Alegria como complementares às suas e todos gostariam de receber a visita desses palhaços caso fossem pacientes, familiares ou acompanhantes, exceto caso estivessem passando por um momento de introspecção em relação à doença e não quisessem nenhum tipo de visita. Os profissionais também implementariam as atividades desse grupo, caso ocupassem um cargo de gestor nessa instituição, pelos benefícios já citados e por acharem que os palhaços favorecem uma recuperação mais rápida da criança, reduzindo o período de internação. Foi explicitado o desejo de que a atuação dos Doutores da Alegria fosse expandida para outras alas do hospital e para o turno noturno. Por fim, percebeu-se que os entrevistados percebem claramente a diferença existente entre os Doutores da Alegria e os outros grupos de palhaços que também realizam visitas no hospital voluntariamente, sendo que o principal fator mencionado foi o profissionalismo daqueles artistas, atribuído à formação e aos treinamentos recebidos.

ASSUNTO(S)

humanização da assistência decs relações enfermeiro-paciente decs trabalhadores voluntários de hospital decs criança hospitalizada/psicologia decs pesquisa qualitativa decs percepção decs questionários decs enfermagem teses enfermagem decs dissertações acadêmicas decs humanos decs crianças decs

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