Dosimetria e aspectos de proteÃÃo radiolÃgica em exames radiogrÃficos convencionais pediÃtricos realizados em Belo Horizonte

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

No presente trabalho foi realizado um levantamento das condiÃÃes de radioproteÃÃo e das doses recebidas pelos pacientes pediÃtricos em exames radiogrÃficos convencionais realizados em instituiÃÃes da cidade de Belo Horizonte, MG. Quatro hospitais com alta demanda de exames de radiodiagnÃstico pediÃtrico foram selecionados para a realizaÃÃo do trabalho. Foram acompanhados os exames de tÃrax e seios da face em 942 pacientes, que resultaram em 1536 procedimentos radiogrÃficos. Inicialmente, foram efetuadas as avaliaÃÃes das instalaÃÃes radiolÃgicas dos hospitais selecionados, que envolveram os testes de desempenho dos equipamentos, bem como a avaliaÃÃo das condiÃÃes de radioproteÃÃo. A partir dos valores dos rendimentos dos tubos de raios X e dos parÃmetros das tÃcnicas radiogrÃficas empregados nos exames foram estimados os valores de Kerma no ar na superfÃcie de entrada (Ka,e) e do Produto Kerma no ar-Ãrea (PK,A). As doses nos ÃrgÃos mais expostos e dose efetiva foram estimadas com o software PCXMCÂ, a partir dos dados antropomÃtricos, parÃmetros de irradiaÃÃo e do Kerma no ar incidente (Ka,i). Foi constatado que os parÃmetros de irradiaÃÃo empregados nos exames de tÃrax e seios da face nÃo estÃo de acordo com os dois principais guias de boas prÃticas em radiologia pediÃtrica. O emprego de tensÃes baixas e tempos de exposiÃÃo / cargas altas sÃo comuns em todos os hospitais. Os altos valores de carga empregados estÃo normalmente associados aos baixos rendimentos dos aparelhos, uso desnecessÃrio de grades anti-espalhamento e restriÃÃes dos temporizadores dos equipamentos de raios X que nÃo sÃo apropriados para a realizaÃÃo de exames em pacientes pediÃtricos. Cerca de 75% dos exames de tÃrax incidÃncias antero-posterior (AP) e postero-anterior (PA) em pacientes entre 1 e 5 anos de idade forneceram valores de Ka,e inferiores a 100 μGy. Para pacientes com idades entre 5 e 10 anos, esse percentual foi de aproximadamente 55%. No caso dos exames de tÃrax incidÃncia lateral (LAT), cerca de 70% dos exames realizados em pacientes com idades entre 5 e 10 anos forneceram valores de Ka,e inferiores a 200 μGy. No caso de pacientes com idades compreendidas entre 1 e 5 anos, esse percentual foi superior a 80%. Nos exames de seios da face incidÃncias fronto-naso (FN) e mento-naso (MN), mais de 70% dos exames realizados em pacientes menores de 10 anos forneceram valores de Ka,e superiores a 1000 μGy. Os valores de PK,A encontrados em exames de tÃrax AP/PA/LAT, realizados em pacientes maiores de 1 ano de idade foram, normalmente, superiores a 2 cGy.cm2. Para pacientes entre 10 e 16 anos, o PK,A foi superior a 10 cGy.cm2. Nos exames de seios da face FN/MN, realizados em pacientes maiores de 1 ano de idade, os valores de PK,A foram, geralmente, maiores que 5 cGy . cm2. Para pacientes entre 10 e 16 anos de idade, cerca de 70% dos exames forneceram valores de PK,A maiores que 10 cGy . cm2. As doses nos ÃrgÃos e doses efetivas estimadas nos exames analisados mostraram a importÃncia da colimaÃÃo do campo de raios X, uma vez que tanto nos exames de tÃrax AP/PA/LAT, quanto nos exames de seios da face FN/MN, ÃrgÃos que nÃo deveriam estar integralmente dentro do campo de radiaÃÃo receberam doses relativamente altas. Exemplo disso à o caso da tireÃide, ÃrgÃo de moderada radiosensibilidade que, em um dos hospitais que utiliza cilindro de colimaÃÃo nos exames de seios da face, recebeu dose menor que nos demais hospitais, apesar dos valores de Ka,e nesse hospital terem sido substancialmente maiores. Comparando os resultados encontrados no presente trabalho com levantamentos dosimÃtricos realizados em outras instituiÃÃes do Brasil e exterior, constatou-se que os valores de Ka,e estimados foram abaixo dos encontrados em algumas instituiÃÃes brasileiras e de paÃses do primeiro mundo, como Inglaterra, Espanha e ItÃlia. No entanto, os valores de PK,A e dose efetiva foram substancialmente maiores que os encontrados em outras instituiÃÃes. Os resultados, de uma maneira geral, ressaltam a necessidade da otimizaÃÃo dos procedimentos radiogrÃficos, com vista a diminuir a dose e, consequentemente, o risco para os pacientes pediÃtricos submetidos a exames convencionais nas instalaÃÃes de Belo Horizont

ASSUNTO(S)

proteÃÃo radiolÃgica dosimetria radiologia pediÃtrica pediatric radiology radiation protection dosimetry engenharia nuclear

Documentos Relacionados