DOR LOMBAR NA GRAVIDEZ: PREVALÊNCIA E EFEITOS DOS EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A lombalgia é considerada um problema de Saúde Pública, afetando 80% da população, sendo a gestação um fator desencadeante. Geralmente, ocorre devido às alterações posturais, aumento da frouxidão ligamentar e diminuição da função abdominal. Objetivou-se, neste estudo, avaliar os efeitos dos exercícios terapêuticos na dor lombar e determinar as condições sócio-econômicas e obstétricas em um grupo de gestantes assistidas pelo Programa de Saúde da Família, no bairro do Pedregal, localizado no município de Campina Grande. O estudo foi do tipo transversal, experimental, comparativo, descritivo, com abordagem quantitativa. Foram entrevistadas 104 gestantes, das quais 77 apresentaram dor lombar e, destas, 20 se dispuseram a participar do estudo, sendo 10 do grupo de intervenção (GI) e 10 do grupo controle (GC). Em ambos os grupos, foram aplicados formulários no início e ao final do estudo. No grupo de intervenção (GI), foi aplicado um tratamento fisioterapêutico com exercícios de alongamento de forma sistemática e controlada, realizados uma vez por semana e duas no domicílio. A prevalência de gestantes com dor lombar foi de 74%. A maioria era adolescente com idades entre 15 - 20 anos, média 17,6 + 1,7 e mediana de 18 anos, constituindo 60% da amostra. Mais de 90% apresentavam baixo nível de escolaridade e renda, 60% tiveram de 1 a 2 gestações, sendo a maioria adolescentes e nulíparas. Cada grupo teve de 1 a 3 abortos e 80% encontravam-se entre o 6 e 7 mês de gestação. Da amostra, 60% não tinham edema e 40% apenas, nos membros inferiores. Nos dois grupos estudados, todas sentiam dores. Quando foi testado o sinal de Lasègue, verificou-se que a retração dos músculos ísquio-tibiais estava presente em 50% das gestantes, com dor irradiando para a perna direita e surgindo a partir do segundo trimestre gestacional, sendo o horário de maior intensidade à noite. Segundo a Escala Numérica associada à Escala Visual Analógica utilizada, 50% das gestantes do (GI) e 30% do (GC) classificaram as dores como forte, do tipo cansada-queimante, puxada e em pontada. 40% atribuíram a dor nas costas ao esforço físico excessivo e vícios posturais, com interferência no sono. Constatou-se, neste estudo, que o tratamento fisioterapêutico foi eficaz, uma vez que 90% das gestantes chegaram ao 9 mês de gestação sem apresentar dores lombares, confirmando, assim, que o trabalho terapêutico contribui para um período gravídico mais estável e com efeitos positivos na saúde da mulher.

ASSUNTO(S)

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