Dopplervelocimetria do istmo aórtico em fetos com crescimento intrauterino restrito: Uma revisão da literatura

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-05

RESUMO

Resumo O crescimento intrauterino restrito (CIUR) está associado a um prognóstico perinatal adverso, com maior risco de óbito intrauterino e neonatal, bem como de paralisia cerebral. Assim, sua detecção e a determinação de sua gravidade por novos parâmetros Dopplervelocimétricos, como o istmo aórtico (IAo), são de fundamental importância na prática obstétrica. O IAo é um segmento vascular que representa um ponto de comunicação entre os sistemas circulatórios fetais esquerdo e direito. É considerado um shunt arterial funcional, capaz de refletir a relação entre as impedâncias dos circuitos cerebral e sistêmico, e foi proposto como uma ferramenta para detecção do status do equilíbrio hemodinâmico e do prognóstico de fetos com CIUR. Na presente revisão, observou-se que, em fetos saudáveis, o fluxo predominante no IAo é sempre anterógrado; mas em fetos com CIUR a deterioração do estágio de insuficiência placentária acarreta reduções progressivas no fluxo ístmico até este apresentar sentido predominantemente retrógrado e levar a uma drástica redução no aporte de oxigênio ao sistema nervoso central. Quanto mais alterado estiver o fluxo no IAo, maior a chance de haver alteração na Dopplervelocimetria de outros vasos; e as alterações no Doppler do IAo parecem preceder outros indicadores de hipoxemia severa. Embora o fluxo retrógrado no IAo pareça se correlacionar com maior risco de alteração no desenvolvimento neurológico a longo prazo, ainda não está claro o seu papel na predição de morbimortalidade perinatal. O Doppler do IAo parece ser um parâmetro promissor no manejo do CIUR; entretanto, mais estudos são necessários para avaliar seu emprego na prática clínica.

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