Doença oclusiva da artéria basilar: aspectos clínicos e radiológicos / Basilar artery occlusive disease: clinical and radiological aspects

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo deste estudo foi descrever as características demográficas, clínicas, radiológicas e o prognóstico da doença oclusiva da artéria basilar (DOAB), em uma população multiétnica. Foram estudados 40 indivíduos com infartos no território da artéria basilar (AB) confirmados por ressonância magnética, que sobreviveram após 30 dias à fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Todos os doentes apresentavam estenose ³ 50% ou oclusão da AB, documentada por angiografia por ressonância ou angiografia digital. Foram registrados: idade, sexo, grupo étnico, fatores de risco para doença vascular, quadro clínico na instalação do AVCI, local do infarto, segmento arterial acometido, grau de estenose e presença de circulação colateral. A escala modificada de Rankin (EMR) em 30 dias e após seis meses do evento isquêmico foi avaliada, assim como a taxa de recorrência de eventos vasculares isquêmicos. Associações entre dados demográficos, aspectos clínicos, radiológicos e prognóstico foram analisadas pelo teste da razão de verossimilhança ou pelo teste exato de Fisher. A comparação entre a pontuação na EMR em 30 dias e seis meses foi realizada pelo teste de Wilcoxon. Sessenta por cento dos pacientes eram homens e 33%, afro-brasileiros. A média (± desvio-padrão) de idade foi 55,8 ± 12,9 anos. A maioria (90%) dos pacientes apresentou múltiplos fatores de risco para doença vascular. Ataques isquêmicos transitórios (AIT) precederam os AVCIs em 48% dos casos. Antecedente de hipertensão arterial sistêmica (HAS) esteve presente em 80% dos doentes. O sintoma mais comum foi vertigem/desequilíbrio. A maioria dos infartos localizou-se na ponte (85%) e o terço médio da AB foi o mais freqüentemente afetado (33%). Oclusão arterial esteve presente em 58% dos casos. Lesões mais graves foram observadas em caso de acometimento do terço médio da AB (p=0,001). Aterosclerose de grandes artérias foi a etiologia mais comum do AVCI (88%), sendo mais freqüente nos pacientes acima de 45 anos (p<0,001). Somente um paciente foi tratado com trombólise intra-arterial e a maioria foi tratada com anticoagulação na fase aguda. A pontuação na EMR melhorou significativamente após seis meses (p<0,001). Podemos concluir que obtivemos alguns resultados diferentes de outras séries de países desenvolvidos, como maior proporção de afrodescendentes e oclusão da AB em pouco mais da metade dos casos. Taxas de AIT precedendo o AVCI, freqüência alta de aterosclerose como etiologia e bom prognóstico funcional foram semelhantes a descrições da literatura. Estes resultados representam um avanço no conhecimento da DOAB em nosso meio

ASSUNTO(S)

artéria basila magnetic resonance angiography fatores de risco acidente cerebral vascular prognosis arteriopatias oclusivas arterial occlusive diseases angiografia por ressonância magnética stroke risk factors basilar artery prognóstico

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