Doença meningocócica em Belo Horizonte em 1973-1987: epidemia e endemia e a distribuição da doença no espaço urbano

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/12/1988

RESUMO

Foram estudados 1.313 casos de Doença Meningocócica (D.M.), ocorridos no município de Belo Horizonte, de 1973 a 1987. Utilizou-se a distribuição de Poisson para o cálculo do índice endêmico, com a delimitação de um período epidêmico (1974-1978) e outro endêmico (1981-1987). O comportamento da D.M. foi analisado nesses dois períodos, segundo a prevalência dos sorogrupos, distribuição etária, sexo, presença de formas hemorrágicas e letalidade, verificando-se que essas variáveis se comportaram de forma diferenciada, segundo o período estudado na epidemia, o sorogrupo A foi o mais frequentemente encontrado, com a doença acometendo acentuadamente escolares e adultos jovens (idade mediana dos casos de 11 anos) e o sexo masculino; na endemia, o sorogrupo B foi o mais prevalente, e a doença ocorreu principalmente em crianças menores de 4 anos de idade (idade mediana dos casos de 3 anos), sem diferença significativa no acometimento por sexo; houve maior percentual de formas hemorrágicas e menor letalidade na epidemia, tendo ocorrido o contrario no período endêmico. A análise epidemiológica da distribuição espacial da doença na epidemia e na endemia foi feita utilizando primeiramente uma divisão do município em doze regiões (complexos de campos) e outra divisão em favelas e não favelas. A partir destas duas divisões espaciais, pode-se observar extrema desigualdade nos riscos de adoecer por D.M. dentro do município de Belo Horizonte, principalmente no período epidêmico. Posteriormente, a cidade foi estratificada em 3 áreas geográficas-nuclear, intermediaria e periférica, segundo o nível socio-económico de unidades espaciais menores, denominadas campos. A hipótese de que a morbidade da D.M. não seria homogênea no município e estaria relacionada a sua estratificação socio-espacial veio a ser comprovada no período epidêmico, quando se verificou que a desigualdade social se manifestava em riscos de adoecer diferentes, tendo os coeficientes de incidência da D.M. sido significativamente maiores na área nuclear, onde vive a população de menor nível sócio-econômico e piores condições de vida.

ASSUNTO(S)

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