DO LATIFÚNDIO E DO AGRONEGÓCIO: as novas territorialidades do capital no campo sergipano e as formas em que se reveste o domínio do senhor ao escravo. / Del latifundio y el agronegocio: ". Esclava" territorialidad de la nueva capital en el campo de Sergipe y la forma en que se contiene el dominio del "señor" el "esclavo".

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/08/2011

RESUMO

A financerização da economia foi viabilizada pelo desmonte do sistema fordista de produção e da desregulamentação do Estado. Desregulamentação que ocasionou a falência do Estado do Bem Estar Social e a flexibilização da produção e do mercado. A internacionalização do capital ampliou a participação via mercantilização de terras, através do modelo de desenvolvimento econômico do agronegócio, com o predomínio da monocultura em larga escala. Nesse sentido, esta dissertação tem como objetivo analisar o agronegócio da cana-de-açúcar a partir da realidade do espaço agrário sergipano, propondo compreender, do período colonial do latifúndio ao do agronegócio, o que permanece e o que se altera com a nova reestruturação produtiva; não só no que se refere ao sistema de produção, como também a implementação tecnológica, a estrutura fundiária e principalmente as relações de trabalho estabelecidas entre os usineiros e os cortadores de cana. Esta pesquisa está fundamentada no método histórico-dialético, remetendo ao ir-e-vir da escala local/nacional/internacional. Para melhor entender a lógica desigual e combinada do capital, é fundamental a análise do Estado presente em todo o processo histórico da economia canavieira, seja em articulação com a Metrópole Portuguesa na época colonial, seja na atualidade através dos incentivos fiscais oferecidos aos pequenos produtores e, principalmente, aos grandes latifundiários para estabelecer o poder nas grandes empresas sucroalcooleira. Compreende-se assim, que as novas configurações territoriais geradas pela produção canavieira levam a um pensar reflexivo e contraditório estabelecido pela relação capital-trabalho, colocando em evidência as formas de travestimento do trabalho escravo precarizado estabelecido pela exploração e expropriação dos cortadores de cana que nas amarras do capital ficam subservientes ao poderio dos grandes latifundiários e do Estado. Desse modo, tem-se o espaço agrário sergipano como local de reprodução do capital estabelecido pelo fortalecimento do agronegócio em que as novas territorialidades geradas pelo latifúndio e do agronegócio da cana-de-açúcar continuam a se estabelecer no domínio do Senhor ao Escravo.

ASSUNTO(S)

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