Diversificação dos modos de ser masculino e estatização da violência masculina na escrita literária e jornalística de Bernardo Guimarães (1869-1872)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/09/2011

RESUMO

Dois fatores nos motivaram a realizar esse estudo sobre as questões que envolvem a educação e a masculinidade, ou os sujeitos masculinos, no século XIX: a falta de estudos no campo da História da Educação que abordassem essa temática naquele período; e a consciência de que essa falta contribui para a manutenção do machismo, responsável por conseqüências trágicas na vida de muito(a)s brasileiro(a)s ainda hoje. Trabalhamos, nesse estudo, com a noção de que a educação de gênero teria pelo menos duas especificidades muito demarcadas: ela não seria exclusiva de uma geração, já que faz parte do processo sempre inacabado da construção identitária abarcando, portanto, infância, juventude, adultez e velhice; e não se daria apenas, e nem fundamentalmente, na escola, haja vista que em uma variedade de âmbitos da vida social há circulação efetiva de representações e práticas culturais que sugerem modelos de gênero fortes o suficiente para definirem as construções das identidades dos indivíduos por elas interpelados. Levando-se tais premissas em conta optamos por estudar as representações relacionadas ao gênero masculino veiculadas principalmente na literatura de Bernardo Guimarães, mas ainda na de outros autores que também estavam escrevendo entre 1869 e 1872, como José de Alencar, Machado de Assis e Alfred Taunay fato que em grande medida influenciou na escolha desse recorte temporal. Além dos romances, contos e poesias produzidos por esses autores, outras fontes também foram consultadas, como jornais, relatórios de Presidentes da Província de Minas Gerais e relatos de viagem. O cruzamento dessa diversidade documental nos permitiu verificar se havia alguma disparidade nas maneiras de se referir ao gênero masculino no período. Contribuiu também para iluminar os posicionamentos de cada texto específico em relação às mudanças nas relações de gênero já em marcha à época, além de tornar mais evidentes algumas contradições que pareciam marcar aquele momento determinado. A tese defendida é a de que a escrita literária e jornalística de Bernardo Guimarães, produzida entre os anos de 1869 e 1872, tanto capta quanto contribui para o desencadeamento da dupla face de um processo que estaria alterando as percepções dos homens do período em relação às questões de gênero: 1- a diversificação dos modos de ser masculino; e 2- a estatização da violência masculina. Tal argumento foi desdobrado nos cinco capítulos que compõem a tese.

ASSUNTO(S)

guimarães, bernardo, 1825-1884. educação historia teses. escritores brasileiros sec.xix. violencia. aspectos sociais. teses. relações de gênero. teses literatura brasileira. teses

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