Diversidade genética em espécies do gênero Cávia (rodentia, mammalia) e a história evolutiva do raro preá de moleques do Sul

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

CAPÍTULO I: "Caracterização de 16 loci de microssatélites para os roedores sul-americanos Cavia magna e C. aperea" - Baseando-nos no recentemente publicado genoma de Cavia porcellus e em outros cinco loci já descritos para C. aperea, nós aqui apresentamos 16 loci de microssatélites empregáveis em C. magna e C. aperea. Os primers foram projetados para serem usáveis em um arranjo de fluorescência múltipla (multiplex). O número médio de alelos para cada locus foi de 7,4 e a média da heterozigosidade esperada foi de 0,67. A combinação de alguns ou todos estes marcadores pode possibilitar trabalhos em genética populacional, ecologia molecular e outros estudos evolutivos nas espécies aqui avaliadas. CAPÍTULO II: "Baixíssima diversidade genética do preá de Moleques do Sul (Cavia intermedia), o mamífero naturalmente mais raro do Mundo" - Ilhas têm chamado a atenção de biólogos evolucionistas há séculos pelos seus altos níveis de endemismos promovidos, tanto pelo isolamento, quanto pelo tamanho limitado a que estas populações estão sujeitas. Cavia intermedia é uma espécie recentemente descrita como endêmica de uma pequena ilha na costa meridional do Brasil que parece ser o mamífero naturalmente mais raro conhecido, apresentando uma população estável de aproximadamente 40 indivíduos. Apesar de algumas simulações demográficas terem estimado sua chance de extinção em 100 anos como 100%, dado a história da ilha, torna-se improvável que a população possa ter sido muito maior no passado recente. Utilizando marcadores mitocondriais e microssatélites, nós descobrimos que este preá insular apresenta uma diversidade genética extremamente reduzida com estimativas de tamanhos efetivos populacionais histórico e atual compatíveis com seu tamanho de censo atual, sem sinal de redução de tamanho populacional. Considerando a antiga divergência de C. intermedia em relação ao seu grupo-irmão continental, concluímos que a espécie mantém esse tamanho extremamente reduzido desde, pelo menos, a separação da ilha em relação ao continente há cerca de 8.000 anos. Portanto, C. intermedia pode ser o melhor e mais extremo exemplo até agora conhecido de uma espécie de mamífero que sobreviveu por centenas de anos com um tamanho populacional tão extremamente reduzido. Essa espécie, então, estabelece novos desafios ao entendimento do papel da redução populacional e da diversidade genética na extinção de espécies. Finalmente, é importante enfatizar a necessidade de um cuidado especial na manutenção das boas condições do hábitat para a sobrevivência de C. intermedia em seu ambiente natural

ASSUNTO(S)

roedores genÉtica dos animais zoologia

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