Diversidade e distribuição da termitofauna no ecótone cerrado/caatinga no sul do Piauí frente à expansão agrícola. 2010. / Diversity and distribution of the termitofauna in cerrado/caatinga ecotone in southern of Piauí against agricultural expansion. 2010.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/08/2010

RESUMO

O sul do estado o Piauí está inserido em uma região que desde a década de 1990, é considerada uma das últimas fronteiras agrícolas do Brasil, esse processo intensificou-se por meio de implementação de grandes projetos para a produção de grãos, tendo como carro chefe a soja, voltada para a exportação. De um modo geral, as monoculturas estão sempre relacionadas a pragas, pois aumentam a oferta de alimento, beneficiando alguns grupos de organismos. Os térmitas ou cupins são considerados uma das pragas de maior problema em áreas urbanas, suburbanas e rurais, contudo este status só pode ser empregado a poucas espécies. Eles ocorrem nas áreas tropicais e temperadas, e em todo o mundo existem cerca de 2.800 espécies descritas, sendo destas aproximadamente 300 estão distribuídas no Brasil em quatro famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae. Dentro deste contexto, o presente estudo teve como objetivo de determinar a distribuição e a diversidade de térmitas no ecótone cerrado/caatinga na região sul do estado do Piauí em área de vegetação natural e em áreas modificadas pela agricultura. Foi realizada no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2010, a coleta ativa de cupins em transectos de área de um hectare, em área de vegetação preservada e monoculturas de soja, avaliando-se também a arquitetura dos ninhos epígeos, distribuição, volume, grupos alimentares, fauna associada, dominância, associação com a vegetação e o perfil edáfico das áreas de coleta. Na caatinga do sul do Piauí, observou-se que todos os cupins coletados na área de vegetação preservada pertenceram a uma única família (Termitidae), sendo 10 espécies identificadas: Armitermes sp., Constrictotermes cyphergaster Silvestri, Inquilinitermes fur (Silvestri), Inquilinitermes microcerus (Silvestri), Labiotermes longilabius (Silvestri), Nasutitermes sp1., Nasutitemes sp2., Spinitermes sp., Syntermes wheeleri Emerson e Syntermes molestus Burmeister. C. cyphergaster (42%), Nasutitermes sp1. (30%) e S. wheeleri (25%) foram classificadas como eudominantes, com base no número total de ninhos amostrados (n = 57). Nos ninhos de S. wheeleri, verificou-se a presença de cinco ordens de artrópodes (Aranae, Escorpiones, Coleoptera, Orthoptera e Isoptera) associadas. Nasutitermes sp1. apresentou nidificação somente em plantas arbóreas, ou seja, na canela-de-velho (Cenostigma macrophyllum, Caesapinioideae). No cerrado do sul do Piauí, apenas duas espécies de cupins foram encontradas área de monocultura de soja: Coptotermes sp. e Cornitermes silvestrii Emerson. Coptotermes sp. foi encontrada atacando árvores de Eucalyptus sp. e C. silvestrii em área de plantio de soja. O presente estudo demonstra que a fauna de térmitas neste ecótone corre risco de ser reduzida devido à destruição de seu habitat natural decorrente da implementação de monoculturas, ou, de selecionar espécies mais aptas a ser tornarem pragas diante da diminuição de seus inimigos naturais e da introdução de espécies botânicas ideais para seu estabelecimento.

ASSUNTO(S)

isoptera monocultura caatinga hipoxerófila fitossanidade isoptera termites monoculture hypoxerophytic caatinga cupins

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