DIVERSIDADE BETA EM COMUNIDADES DE LAGARTOS EM DUAS ECORREGIÕES DISTINTAS NA AMAZÔNIA

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Apesar de ter sido demonstrado nos últimos anos que a Floresta Amazônica não é uma entidade homogênea, pouco ainda se conhece sobre o efeito das diferenças estruturais encontradas na floresta em prever a distribuição das espécies. Menos ainda se conhece sobre padrões de distribuição de espécies de lagartos na Amazônia em mesoescala. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a diversidade beta em comunidades de lagartos, e suas relações com cinco variáveis ambientais (altitude, inclinação, granulometria do solo, abertura de dossel e disponibilidade de alimento). O trabalho foi realizado durante a estação seca, entre setembro de 2006 e março de 2007, em duas áreas de 25km2 na Amazônia setentrional, pertencentes a ecorregiões distintas, e que possuem grande heterogeneidade ambiental, apresentando áreas de floresta de terra-firme, campina e campinarana. Foram realizados três amostragens diurnas em 59 parcelas de 250 metros de comprimento pelos métodos de transecto de amostragem visual e busca ativa na liteira. A composição das espécies de lagartos, para dados de abundância e presença/ausência, foi representada por eixos de ordenação de PCoA a partir de matrizes de associação Bray-Curtis ou Sørensen, e as análises inferenciais foram feitas utilizando MANCOVA e Regressão Múltipla Multivariada. As comunidades de lagartos do Parna Viruá e Esec Maracá compartilharam um grande número de espécies, e não apresentaram um padrão claro de substituição de espécies, revelando uma baixa diversidade beta associada com a heterogeneidade ambiental. As maiores diferenças relacionadas à composição de espécies de lagartos entre as áreas parecem estar relacionadas a fatores históricos ou biogeográficos, e à abundância de indivíduos a heterogeneidade ambiental. Somente abertura de dossel e inclinação do terreno revelaram um padrão associado à composição das comunidades de lagartos. Parece que, em ambientes florestais, a variação natural da floresta em escala de hectares é suficiente para manter a maioria das espécies.

ASSUNTO(S)

padrões de distribuição amazônia setentrional. heterogeneidade ambiental disponibilidade de alimento ecologia comunidades de lagartos

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