Disturbios do sono no transtorno de panico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo é avaliar os distúrbios do sono encontrados em uma amostra de pacientes com transtornos do pânico (segundo critério diagnóstico do DSM-IV). O transtorno do pânico (TP) ocorre em cerca de 3% da população. Os transtornos do sono (TS) podem ocorrer em até 70% dos pacientes com TP. Com freqüência, há dificuldade em iniciar e manter o sono. INTRODUÇÃO: O NATA ? Núcleo de Atendimento dos Transtornos de Ansiedade, foi constituído com o objetivo de atender pacientes ambulatoriais com distúrbios ansiosos. O paciente com TP queixa-se de sono não reparador, apresenta aumento no tempo de movimentação e um maior número de movimentos corporais no estágio 2. Podem ocorrer também ataques de pânicos noturnos. Estes se caracterizam por despertar abrupto com manifestações típicas de pânico.Os ataques podem ocorrer em 40% a 69% dos portadores de TP, o que corresponde a 8% ou 18% dos ataques espontâneos de pânico . Os pacientes que apresentam ataques noturnos com freqüência igual ou superior aos ataques diurnos são de 4%. A maior parte dos ataques de pânico noturnos sobrevêm 2 à 3 horas após o início do sono, no fim do estágio 2 ou início do estágio 3 . Podem também ocorrer no estágio 1, logo no início do sono e repetir diversas vezes durante a noite. PACIENTES: Casuística: 200 pacientes, (+/- 39 anos); Prevalência (4F:1M); Escolaridade - primeiro grau (66,6%); Casados (50%).MÉTODO: Instrumentos utilizados: Escalas de avaliação Hamilton (Ansiedade e Depressão) Escalas de avaliação Sheehan (Ansiedade) Inventário para depressão de Beck Mini-Sleep Questionnaire (MSQ) Basic Nordic Sleep Questionnaire (BNSQ) Questionário de Auto Avaliação de Sono.Período de avaliação: Março de 2002 à julho 2004. Foram aplicadas as escalas de Beck e de Hamilton para depressão, assim como as escalas de Sheehan e Hamilton para ansiedade. Foram registrados os antecedentes pessoais e familiares, fatores de estresse e questionário do sono. Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética, e os pacientes preencheram o respectivo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: Qualidade do sono: Inventário para depressão de Beck: 36,42% referiram fadiga ao despertar, 20,71% despertavam durante a noite e 24,28% apresentavam dificuldade na indução do sono; a Escala de avaliação de ansiedade Hamilton A, referiram dificuldade em adormecer, sono interrompido, sono insatisfatório, fadiga ao acordar, sonhos penosos, pesadelos, terror noturno: intensidade leve 10,27%, intensidade média 16,43% , intensidade forte 33,56% e intensidade máxima 19,17%; na Escala de ansiedade de Sheehan quando questionados sobre dificuldade na indução do sono, apresentaram as seguintes respostas: 12,31% (um pouco), 12,31% (moderado), 18,84% (acentuado), 21,01% (demasiado) e quando questionados sobre o despertar durante o sono ou sono inquieto responderam: 14,18% (um pouco), 13,47% (moderado), 23,40% (acentuado) e 24,82% (demasiado); na Escala de avaliação para depressão Hamilton D os resultados foram: 56,54% para insônia inicial, 61,85% para insônia intermediária e 56,15% para insônia tardia. CONCLUSÃO: Analisando a qualidade do sono em pacientes com pânico, observamos a insônia, a fadiga diurna, sono fragmentado e despertares abruptos ocorrendo em 75%. A OMS recomenda atenção a este tipo de problema, pois compromete a qualidade de vida

ASSUNTO(S)

disturbios do panico disturbios do sono sono

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