Distribuição potencial de espécies de isoptera e conservação do cerrado
AUTOR(ES)
Karen Schmidt
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
O Cerrado é considerado um dos 25 hotspots de biodiversidade do planeta, com cerca de 30% da diversidade biológica do Brasil. É também uma importante fronteira agrícola e vem sendo destruído rapidamente. Desse modo, é necessária a definição de prioridades para conservação com base na endemicidade da biota. A delimitação de padrões de endemismo depende da análise da distribuição geográfica das espécies, o que por sua vez depende de inventários e estudos taxonômicos detalhados, inexistentes para muitos grupos. Como não é possível amostrar toda a biota, é necessária a seleção de grupos considerados chave, como os cupins que além de serem bioindicadores ainda apresentam uma alta taxa de endemismo para o Cerrado. Porém, a distribuição real completa para cada espécie é difícil de ser determinada, visto que não há inventários suficientes. Neste trabalho, a distribuição potencial das espécies de cupins do Cerrado foi estimada utilizando o programa Desktop GARP. Os registros de ocorrência das espécies foram obtidos através de dados disponíveis em coleções e na literatura. Ao todo 19 espécies foram analisadas: seis endêmicas, oito características e cinco não endêmicas. Todos os modelos foram altamente significativos e mostraram-se eficientes na determinação de áreas prioritárias para inventário, sendo as áreas de Cerrado no sul do estado do Maranhão, norte do Mato Grosso do Sul e oeste da Bahia as que apresentam maior potencial de ocorrência para as espécies de cupins. Os modelos não foram eficientes para a delimitação de centros de endemismo, mas a sobreposição dos modelos gerados para as espécies endêmicas e características sugere que o sul do estado de Goiás apresenta um alto potencial de ocorrência para estas espécies, indicando um possível centro de alta diversidade. Dois padões de distribuição foram observados: o padrão centro-norte, representado por Cornitermes silvestrii, Nasutitermes kemneri e Serritermes serrifer, e o padrão sudeste representado por Cyrilliotermes strictinasus, Labiotermes brevilabius e Procornitermes araujoi.
ASSUNTO(S)
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