Distribuição espacial e atividades do boto-cinza, Sotalia guianensis (van Bénédén, 1864) (Cetacea, Delphinidae) na Baía do Pontal, Ilhéus, Bahia, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotropica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-06

RESUMO

Analisamos a influência do horário, da maré e da profundidade de água sobre a atividade e a distribuição espacial do boto-cinza Sotalia guianensis na Baía do Pontal, Ilhéus, Brasil. Observações diretas foram realizadas de quatro pontos fixos de janeiro a dezembro de 2006. Botos-cinza foram avistados em 11 dos 12 meses de observação e em 30% dos períodos de amostragem. O tamanho médio dos grupos foi de 3,75 ± 1,59; (n = 64) e não variou significativamente em função do mês (Kruskal-Wallis, H = 10,6729; p = 0,3836). Infantes e adultos representaram respectivamente 18 e 82% dos indivíduos cuja idade foi determinada. Os botos-cinza foram mais freqüentes em áreas com profundidade superior a 3 m do que esperado (regressão GLM, z = 3,773; p = 0,0002). Os animais foram mais observados entre 7 e 8 horas e entre 15 e 17 horas (X² = 83,815; p < 0.0001). A frequência do boto-cinza na baía triplicou entre a quarta hora de maré enchente e a preamar e sua presença se manteve alta durante a maré de vazante (X² = 22,152; p = 0,02). A maré influenciou também a direção de forrageamento e deslocamento dos botos-cinza, principalmente para o mar aberto durante o preamar e o fundo da baía em outras fases da maré. É necessário estudar a influência das características hidrográficas da Baía do Pontal sobre a distribuição spatio-temporal de S. guianensis e suas presas.

ASSUNTO(S)

golfinho comportamento espacial horário maré profundidade fauna estuarina

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