Distribuição espacial da haneníase em Manaus no período de 1990 a 2009

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

04/08/2011

RESUMO

A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível, de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Os primeiros casos de lepra são descritos no ano 600 AC na Índia, porém só se conhece a sua causa desde 1873, quando o norueguês Gerhard Hansen identificou o M. leprae como agente etiológico. No Brasil, os primeiros casos foram registrados no ano de 1600 no Rio de Janeiro. Entretanto, a preocupação do então governo brasileiro com a doença se iniciou com D. João V Brasil Colonial, e dizia respeito, apenas, a medidas de segregação do doente, onde, anos mais tarde, seria criado o primeiro lazareto, local destinado a abrigar os doentes de Lázaro, lazarentos ou leprosos. O Amazonas naturalmente deve ter recebido a lepra do Pará, onde abundava nos princípios do século XIX. As relações entre Belém, Santarém e Manaus eram intensas nessa época, dado o desenvolvimento do comércio. A cidade de Manaus é um exemplo de zona urbana desenvolvida no meio da floresta e que atualmente tem pago um preço ambiental muito alto por conta da expansão urbana que vem sofrendo nos últimos 20 anos, o modelo de desenvolvimento urbano excludente é a estruturação de arranjos urbanos marcados por um mosaico de paisagens reveladoras e geradoras da segregação sócio-espacial. O objetivo geral deste trabalho é conhecer o perfil epidemiológico da hanseníase em Manaus, entre os anos de 1990 a 2009. Trata-se de um estudo retrospectivo, de natureza descritiva e análise quantitativa, realizado a partir do banco de dados secundários do Sistema Informação de Agravos de Notificação SINAN do Programa de Controle de Hanseníase da Fundação Alfredo da Matta, no período de 1990 a 2009, abarcando todos os casos novos de hanseníase diagnosticados em Manaus. O perfil dos casos novos de Hanseníase foi caracterizado por individuo do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 34 anos, que desenvolveu forma clínica tuberculóide, sendo classificação operacional paucibacilar, com grau 0 de incapacidade. O padrão da distribuição espacial do número de casos novos de hanseníase em denota o padrão da expansão urbana em Manaus, que na década de 1990 apresentava as zonas sul e oeste como a área de maior incidência e a partir da década de 2000 passou a concentrar os casos da doença na zona leste e norte, áreas de expansão recente da cidade. Após todas as análises das características dos casos novos de hanseníase em Manaus, observamos que, mesmo com a redução no número de casos e consequentemente, redução dos coeficientes de detecção de casos novos, ainda permanece um complexo mantenedor da disseminação da doença na cidade. Muito se fez, porém muito ainda se tem a fazer para atingir o coeficiente preconizado pela Organização Mundial da Saúde que é de 1 caso a cada 10000 habitantes.

ASSUNTO(S)

hanseníase distribuição espacial manaus geografia leprosy spatial distribution

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