Distribuição dos homicídios em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2007 : contexto sócio-espacial e fatores determinantes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: As mortes por homicídio ocupam posição de destaque, principalmente nos grandes centros urbanos brasileiros. Para a mídia e a opinião pública, homicídios associados ao uso e à venda de drogas são a face mais atemorizante e visível da violência urbana. Objetivos: Neste contexto, esta pesquisa teve como objetivo analisar o perfil e o padrão de distribuição das vítimas de homicídios, em Porto Alegre, em 2007, buscando identificar áreas críticas, ou seja, áreas de maior intensidade de homicídios, e conhecer as características socioeconômicas dessas áreas. Método: Estudo transversal dos casos de homicídios ocorridos em Porto Alegre, no ano de 2007. Realizou-se um estudo descritivo e análise espacial de Kernel, para a distribuição das residências das vítimas de homicídios e identificação da densidade populacional. Conforme as taxas de homicídios, os bairros foram agrupados e comparados segundo os indicadores socioeconômicos. Resultados: A maioria das vítimas era jovem e do sexo masculino. O grupo etário mais atingido foi o de 20 a 29 anos (adultos jovens). Com relação às causas básicas de morte, a arma de fogo foi o meio mais utilizado para cometer os homicídios. Foi possível identificar áreas críticas, com maior intensidade de homicídios, regiões que coincidem com a existência de vilas irregulares, em condições precárias. Verificou-se, ainda, a existência de uma rota de expansão dos homicídios, em direção ao norte da cidade. Além disso, observou-se que o grupo de bairros com maiores taxas de homicídios apresentou piores condições socioeconômicas. Conclusões: Foram constatadas regiões críticas da violência na cidade de Porto Alegre, com alta concentração de vítimas de homicídios. Poder-se-ia pensar numa forma de desenvolver programas de prevenção para a redução dos homicídios nessas áreas. Desse modo, é possível apontar os melhores locais para os pontos de apoio dos órgãos de segurança pública, para que sejam avaliados os recursos e serviços disponíveis e, dessa forma, otimizados os investimentos. A população que reside nessas áreas críticas poderia ser, portanto, beneficiada por um maior controle e segurança.

ASSUNTO(S)

homicides homicídio spatial analysis distribuição espacial da população sensitive areas condições sociais epidemiologia

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