Disfunção erétil: resultados do estudo da vida sexual do brasileiro
AUTOR(ES)
Abdo, Carmita Helena Najjar, Oliveira Jr, Waldemar Mendes de, Scanavino, Marco de Tubino, Martins, Fernando Gonini
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
OBJETIVO: Estimar a prevalência da disfunção erétil (DE) e fatores de risco associados em amostra da população brasileira. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra de conveniência de 2.862 homens, maiores de 18 anos, por meio de questionário anônimo e auto-responsivo. A prevalência de DE na amostra foi obtida mediante questão global derivada diretamente da definição de DE. Os dados foram submetidos a testes Qui-quadrado e t de Student. Foram utilizadas análises de regressão logística para cálculos dos riscos. RESULTADOS: A prevalência encontrada de DE foi 45,1% (31,2% mínima, 12,2% moderada e 1,7% completa). Indivíduos com DE apresentaram comprometimento da auto-estima, dos relacionamentos interpessoais, menos relações sexuais por semana, mais relações extraconjugais, queixas de falta de desejo sexual e ejaculação rápida. Comparados aos homens com idades entre 18 e 39 anos, aqueles com 60 a 69 têm 2,2 (95% IC; 1,4-3,4; p < 0,01) mais risco para DE, enquanto para aqueles com 70 anos ou mais, a chance triplica (95% IC; 1,4-6,3; p < 0,01). Houve associação inversa entre nível educacional e risco para DE. Raça amarela, desemprego, alguma afiliação religiosa, história de tumor de próstata, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e depressão aumentaram a chance para DE. CONCLUSÃO: A prevalência de DE é alta e comparável à de outros estudos. Homens com DE apresentam menos atividade sexual e prejuízo da qualidade de vida. Idade e condição socioeconômica precária agravam o risco para DE. Ações terapêuticas e preventivas devem ser implementadas para minimizar o impacto negativo desta condição, particularmente em países em desenvolvimento.
ASSUNTO(S)
disfunção erétil epidemiologia comportamento sexual qualidade de vida etiologia prevenção e controle
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