Disfunção da trompa de Eustáquio em pacientes com apneia do sono e melhoria proporcionada pela terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-05

RESUMO

Resumo Introdução A resistência das vias aéreas superiores pode se acompanhar de disfunção da trompa de Eustáquio e alterar a pressão na orelha média em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono Objetivo Investigar os efeitos do tratamento da síndrome da apneia obstrutiva do sono com pressão positiva contínua nas vias aéreas nas funções da trompa de Eustáquio. Método Foram incluídos 42 pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono leve, 45 pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono moderada, 47 pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono grave submetidos à terapia de pressão positiva contínua nas vias aéreas, 32 pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono grave sem terapia de pressão positiva contínua nas vias aéreas e 88 indivíduos sem apneia do sono (controle). Os parâmetros timpanométricos dos grupos foram comparados. Resultados As pressões na orelha média direita nos grupos com síndrome da apneia obstrutiva do sono leve e moderada não diferiram significantemente das do grupo controle (p = 0,93 e p = 0,55), assim como nas pressões da orelha média esquerda (p = 0,94 e p = 0,86). A pressão na orelha média direita foi significantemente maior nos grupos com síndrome da apneia obstrutiva do sono grave do que no grupo controle, assim como a pressão na orelha média esquerda (p < 0,001). A pressão negativa na orelha média foi significantemente menor nos pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono grave submetidos à terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas em comparação com aqueles que não receberam tratamento (p < 0,001). As frequências dos timpanogramas do tipo B e C da orelha direita foram significantemente maiores em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sonograve que não receberam terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas (12,4%) do que nos controles (0%) (p = 0,02). As frequências dos timpanogramas do tipo B ou C na orelha esquerda foram significantemente maiores em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sonograve que não receberam terapia com pressão positiva contínua nas vias aéreas (21,9%) do que nos controles (0%) (p = 0,002). Conclusão Síndrome da apneia obstrutiva do sono leve e moderada não afetou a pressão da orelha média, mas a síndrome da apneia obstrutiva do sono grave pode aumentar a pressão negativa da orelha média. Em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono grave, a terapia em longo prazo com pressão positiva contínua nas vias aéreas pode normalizar a pressão da orelha média.

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