Discursos sobre o cuidado em saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (LGBT) entre médicas(os) da Estratégia Saúde da Família

AUTOR(ES)
FONTE

Interface (Botucatu)

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/07/2019

RESUMO

Objetiva-se identificar os discursos sobre o acesso e a qualidade da atenção integral à saúde da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) entre médicas(os) da Estratégia Saúde da Família, refletindo sobre como esses discursos podem impactar o cuidado em saúde da população LGBT. Participaram 15 médicas(os) em Uberlândia e Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. A análise das entrevistas seguiu os pressupostos teóricos do Construcionismo Social. Foram construídas três categorias de análise: “Discurso da não diferença”, “Discurso do não saber” e “Discurso do não querer”. Foi possível compreender como esses discursos são potencializadores do silenciamento de questões envolvendo as condições de saúde da população LGBT, afastando-a do cuidado em saúde integral, equânime e universal. Concluímos que o melhor atendimento dessa população depende de mudanças na atuação dos profissionais de saúde, sendo urgente sua formação e qualificação para uma saúde LGBT integral.The aim of this study was to identify discourses on access to and quality of comprehensive care for lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) people adopted by doctors working in the Family Health Strategy. This article reflects upon how these discourses influence the provision of healthcare to LGBT population. Fifteen doctors from Uberlândia and Belo Horizonte, in the State of Minas Gerais, Brazil, participated in the study. The analysis of the interviews was underpinned by the principles of social constructionism and based on the following analytical categories: the “no difference discourse”, “don’t know discourse”, “don’t want discourse”. Insights were gained into how these discourses prompt the silencing of issues related to the health status of LGBT people, alienating them from comprehensive universal healthcare. We conclude that to improve care provision for this population, healthcare providers need to change their approach. In this respect, training is urgently needed to improve the accessibility and delivery of comprehensive health services to LGBT people.

Documentos Relacionados