DISCURSO POPULISTA EM CONSTRUÇÕES JORNALÍSTICAS ACERCA DO CACEROLAZO ARGENTINO E DO PANELAÇO BRASILEIRO

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

RESUMO Este artigo debate a relação entre jornalismo, populismo e mídias digitais. Deste modo, observamos de que maneira os textos jornalísticos, ao produzirem narrativas acerca das manifestações sociopolíticas conhecidas como “cacerolazo”, em 2012/2013 na Argentina, durante o governo de Cristina Kirchner, e “panelaço”, em 2015 no Brasil, durante o governo de Dilma Rousseff, reforçam o processo de propagação de elementos discursivos que se imiscuem à lógica do populismo e se imbricam às dicções populistas do contemporâneo, que vêm sendo denominadas como populismo algorítmico e/ou populismo digital. Ao promoverem a circulação de certos dizeres (e não outros), partindo do efeito discursivo de evidência, como se fossem apenas “relatos de fatos”, baseados na ilusão de neutralidade e imparcialidade, as construções jornalísticas produzem uma determinação dos sentidos, filiando-se a dadas práticas discursivas, sócio-historicamente marcadas. A atividade jornalística, ao se apropriar do discurso populista, contribui para a instalação no cenário político de polaridades e dicotomias que resultaram, no contexto argentino, na derrocada do kirchnerismo em 2015 e, no contexto brasileiro, no impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016. A fim de ilustrarmos nossa discussão, analisaremos, a partir da perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso, algumas manchetes, trechos de reportagens e fotografias, disponibilizados nos sites dos jornais argentinos Clarín e La Nación e nos jornais brasileiros Folha de S. Paulo e O Globo, na época dos eventos mencionados.

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