Dinamicidade e Adaptabilidade em Comunidades Virtuais de Aprendizagem: Uma Textografia à Luz do Paradigma da Complexidade

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A Internet possibilita formas diversas de práticas sociais que emergem, evoluem, transformam-se. Seus usuários conectam-se à web para comunicação, diversão, ou diversos outros motivos, e, cada vez mais, muitos estão on-line, como aprendizes que contam, segundo Moore e Kearsley (2007), com a possibilidade de salas de aula virtuais nas quais convergem texto, áudio e vídeo, em plataformas únicas de comunicação. Defendo que os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) configurados nessas plataformas (sistemas de gerenciamento de cursos) devam ser considerados comunidades virtuais de aprendizagem, que emergem a partir das ações dos agentes no ambiente. Para tanto, investigo, através da lente do Paradigma da Complexidade (HOLLAND, 1995; 1998; LARSEN-FREEMAN, 1997; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008), juntamente com os pressupostos da Teoria dos Gêneros, de Swales (1990, 1998, 2004), dois AVAs, definindo-os como sistemas compostos por gêneros digitais, partindo do pressuposto de que um AVA é um sistema adaptativo complexo. Esses AVAs foram reconfigurados a partir das plataformas TelEduc e Moodle e utilizados para ministrar a disciplina Letramento Digital, no curso de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, nos semestres 2007-2 e 2008-2, respectivamente. Procurei compreender como se dariam a dinamicidade e o processo de adaptabilidade da produção textual em um AVA ao longo das atividades dessas duas disciplinas acadêmicas de graduação, na modalidade Educação a Distância. Focalizei as dinâmicas emergentes, em termos de elementos textuais e práticas discursivas, prototípicos ou não, que evidenciassem as possibilidades e as limitações desses ambientes em uso. O estudo constituiu-se uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa e de orientação etnográfica virtual (HINE, 2000). Analisei os dados a partir da ressignificação da proposta de textografia de Swales (1998), que se refere a uma análise a partir do contexto de comunidades discursivas. As análises indicam que a produção textual das comunidades discursivas emergentes nos AVAs foi influenciada pelo acoplamento aninhado de camadas distintas do suporte digital, dos gêneros textuais e dos propósitos comunicativos e, ainda, pelas affordances percebidas e efetivadas por professoras e aprendizes. Os AVAs foram formados em um processo de coadaptação entre os agentes e outros blocos constituintes desses sistemas adaptativos complexos - marcadamente pelos modos de pertencimento desses agentes, pela ressignificação dos gêneros digitais, em função dos contextos emergentes, e pela efetivação de affordances - tendo em vista seus objetivos comunicativos e pedagógicos. Concluo que os AVAs oferecem oportunidades para uma experiência pedagógica que deve ter como foco affordances significativas que podem ser providas aos aprendizes, para que as tarefas que propiciam a dinamicidade do AVA tendam a garantir dinâmicas pertinentes para a formação pretendida.

ASSUNTO(S)

ensino à distância teses. ensino auxiliado por computador teses. internet (redes de computação) na educação teses. línguas estudo e ensino inovações tecnológicas teses. ambientes virtuais compartilhados teses. produção de textos teses. gêneros textuais teses. forum (debates) teses. lingüística aplicada teses. tecnologia educacional teses. listas de discussão teses. colaboração online teses.

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