Dinâmica da partilha dos recursos alimentares entre peixes piscívoros numa lagoa do semiárido brasileiro.
AUTOR(ES)
Carolina Alves Collier
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/02/2012
RESUMO
A dinâmica da partilha de recursos, entre espécies de uma mesma guilda trófica, reduz a competição e possibilita a coexistência entre elas. Essa partilha pode decorrer do desempenho ecológico diferenciado resultante de variações morfológicas e da utilização diferenciada dos recursos alimentares. Neste estudo, avaliou-se a dinâmica da partilha de recursos alimentares numa guilda de peixes piscívoros, considerando a ecomorfologia e alimentação das espécies. As coletas foram realizadas mensalmente, entre março/2007 e fevereiro/2008, na lagoa Curralinho, inserida no semiárido nordestino. Foram avaliadas as cinco espécies mais abundantes da guilda dos piscívoros, sendo elas Acestrorhynchus lacustris, Acestrorhynchus britskii, Hoplias malabaricus, Pygocentrus piraya e Serrasalmus brandtii. A associação das informações ecomorfológicas e tróficas dos piscívoros avaliados resultou em padrões similares de agrupamento, demonstrando que as espécies que utilizaram recursos alimentares diferenciados, também possuíram padrões morfológicos distintos. O primeiro grupo concentrou as duas espécies de Serrasalminae, enquanto o segundo conteve Hoplias malabaricus e as duas espécies de Acestrorhynchus. Entre as espécies de Serrasalminae e Acestrorhynchus não foram observadas variações morfológicas. No entanto, entre os integrantes de Serrasalminae, foram observadas diferenças nas estratégias e preferências alimentares, indicando uma partilha dos recursos entre elas. Essa partilha pode ser evidenciada pelo valor intermediário de sobreposição alimentar entre estas duas espécies. O índice de sobreposição alimentar apresentou altos valores apenas dentro do grupo formado por H. malabaricus e as duas espécies de Acestrorhynchus,, entretanto H. malabaricus diferiu em sua estratégia e preferência alimentar, o que pode contribuir para a redução do potencial competitivo com Acestrorhynchus. Apenas entre as duas espécies de Acestrorhynchus não foram evidenciadas diferenças na estratégia e preferência alimentar, indicando que elas apresentaram o mais elevado potencial competitivo entre os piscívoros avaliados. Ressaltamos a importância da utilização concomitante de análises ecomorfológicas e de alimentação, que são indispensáveis para uma melhor compreensão da real partilha trófica.
ASSUNTO(S)
guilda trófica segregação alimentar ecomorfologia caatinga ecologia trophic guild feeding segregation ecomorphology
ACESSO AO ARTIGO
http://200.17.137.108/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1586Documentos Relacionados
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