Dinâmica da comunidade fitoplanctônica em um viveiro de engorda de camarão marinho (Litopenaeus vannamei) no estado do Ceará / Dynamics of phytoplankton community in a nursery, fattening of marine shrimp (Litopenaeus vannamei) in the state of Ceará

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Em viveiros de camarão, a comunidade fitoplanctônica pode apresentar padrões de desenvolvimento associados aos fatores bióticos, abióticos e operacionais. O presente estudo objetivou caracterizar as mudanças semanais na composição e biomassa fitoplanctônica em um viveiro de engorda do camarão Litopenaeus vannamei. Camarões com 1,35 0,63 cm de comprimento corporal foram povoados em um viveiro de 3,3 ha sob densidade de 42,4 indivíduos/m2. As amostragens de água foram realizadas no estuário (E), canal de abastecimento (C), no platô (P) e ponto de descarga (D) de água do viveiro. As amostragens qualitativas do fitoplâncton foram realizadas através de arrastos horizontais com rede de 20 μm. Para análise de clorofila a e contagem do número de organismos fitoplanctônicos foram coletadas amostras de sub-superfície. Simultaneamente, foram realizadas análises da temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, transparência, profundidade, fosfato, silício reativo, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato e material em suspensão da água. O camarão foi despescado após 85 dias de engorda, alcançado 11,18 g de peso médio, FCA de 1,85 e sobrevivência de 52,9%. A ração contribuiu com 92,1 e 95,8% de aportes de nitrogênio e fósforo no viveiro, com o restante atribuído a fertilizantes químicos. Os valores de matéria orgânica no solo do viveiro apresentaram-se estatisticamente mais elevados em D (31,99 13,66 g/kg) quando comparado à P (4,10 1,56 g/kg; P <0,05). Contudo, o pH do solo destas estações não apresentou diferença estatística significativa (P >0,05), alcançando média de 7,86 0,40 para P e 7,82 0,65 para D. Enquanto a temperatura da água foi semelhante para as estações de amostragem (P >0,05), o pH apresentou-se estatisticamente mais elevado para P e D (8,45 e 8,47, respectivamente; P <0,05). A salinidade oscilou entre 10 (E) e 35 (C, P e D), com níveis mais baixos no início do ciclo. O fosfato dissolvido oscilou entre 0,01 mg/l (C) e 0,24 mg/l (P) e o nitrito entre 0,002 mg/l (C, P e D) e 0,05 mg/l (P). O Nitrogênio Total Dissolvido não apresentou diferença estatística significativa ao longo do cultivo (P >0,05), exceto para E. As razões de N:P, N:Si e Si:P foram abaixo da razão de Redfield em todas as estações de amostragem, exceto para Si:P nas estações E e C. A clorofila a variou entre 1,63 μg/l (C) a 184,83 μg/l (D). P e D apresentaram aumento progressivo de clorofila a ao longo do cultivo. O padrão da sucessão fitoplanctônica no estuário e canal foi distinto do observado no viveiro, onde foi observada inicialmente a predominância de diatomáceas seguida por florações excessivas de cianofíceas e euglenofíceas, intercalado por uma floração de dinoflagelados detectado no 22. Dia de cultivo. Os aportes elevados de ração e fertilizantes no viveiro foram os fatores que tiveram maior contribuição para o desenvolvimento destas florações de microalgas potencialmente nocivas ao camarão. Os nutrientes dissolvidos (N-NH3,4, N-NO2 -, N-NO3 -, P-PO4 3- e Si) desempenharam uma maior influência sobre o desenvolvimento do fitoplâncton no viveiro de cultivo.

ASSUNTO(S)

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