Diet of carnivores and the use of space by medium and large sized mammals in silvicultural area in the state of São Paulo, Brazil. / Dieta de carnívoros e uso do espaço por mamíferos de médio e grande porte em áreas de silvicultura do Estado de São Paulo, Brasil.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A dieta de carnívoros e o uso do espaço por mamíferos de médio e grande porte foram estudados no Parque Ibiti (17.434 ha), uma área que engloba fazendas de plantações de eucaliptos nos municípios de Itararé e Itapeva, São Paulo. Foram selecionados três ambientes: Cerrado, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Mista de crescimento secundário (Capoeira), para a coleta de dados durante o período de setembro de 2004 a fevereiro de 2006. O método utilizado para o estudo do uso do espaço foi a identificação de espécies através de vestígios em transeções pré-estabelecidas e distribuídas na área de estudo. Para o estudo da dieta foram coletadas fezes nas transeções e foram calculados as amplitudes dos nichos alimentares, as sobreposições de nichos, a freqüência relativa de ocorrência dos itens, a biomassa relativa consumida e o número relativo de indivíduos consumidos. Além disso, oito fazendas de silvicultura distribuídas no estado de São Paulo foram selecionadas para um levantamento rápido dos mamíferos de médio e grande porte por meio de armadilhamento fotográfico. Foram identificadas no Parque Ibiti 20 espécies incluindo uma doméstica. O Cerrado e a Floresta foram os ambientes com maior riqueza (n=15). No teste de Kruskal Wallis não houve diferença significativa entre os micro-ambientes borda, vegetação nativa e eucaliptais, tanto em termos de riqueza de espécies (H=1,82, df=2, p=0,402) quanto em número de detecções (H=0,37, df=2, p=0,833). Na avaliação do padrão de decréscimo de número de ocorrências, a diferença foi significativa no Cerrado (p=0,046). Mazama spp. foi a espécie mais abundante em todos os ambientes, apresentando maior abundância na Capoeira (1,45 detecções/10km percorridos) e a abundância geral no Parque foi 4,98 detecções/10km percorridos. O levantamento rápido nas oito fazendas de silvicultura resultou em 17 espécies registradas, incluindo uma doméstica. O número de espécies em cada fazenda variou de três a sete. Foram obtidas 621 fotografias e destas 33 foram de oito espécies de mamíferos, resultando em 4,5% de sucesso de captura. A Fazenda Globo I apresentou maior abundância relativa (7,33 detecções/10km). Foram analisadas 143 fezes e seis carnívoros foram identificados: Cerdocyon thous, Chrysocyon brachyurus, Leopardus pardalis, L. tigrinus, L. wiedii e Puma yagouaroundi Os itens identificados (n=44) foram distribuídos em seis grupos principais: material vegetal (37%), mamíferos (33%), invertebrados (17%), aves (5%), répteis (5%) e não alimentar (0,42%). O material vegetal foi mais freqüente na dieta do C. brachyurus e do C. thous (47% e 46%, respectivamente). Os mamíferos foram mais freqüentes na dieta dos felinos: P. yagouaroundi (54%), L. pardalis (39%), L. wiedii (49%) e L. tigrinus (38%). A menor amplitude de nicho total foi do C. brachyurus (BA=0,252). A maior sobreposição de nicho foi entre C. brachyurus e C. thous (Ojk =0,9706). Cavia aperea (58%) representou a maior biomassa relativa total consumida e Calomys tener (36%) o maior número relativo total de indivíduos consumidos. Os resultados demonstram que regiões de silvicultura, quando preservam áreas de vegetação nativa, podem fornecer abrigo, alimento, água e também permitir o fluxo gênico das espécies que dela se utilizam, aumentando a importância da implantação do manejo sustentável nessas regiões.

ASSUNTO(S)

cerrado mata atlântica silvicultura. eucalyptus silviculture. mamíferos mata atlântica cerrado (brazilian savanna) animal diet mammals eucalipto dieta animal carnivores animais carnívoros

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