Diálogos intermídias, ou política de identidades em sala de aula

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

Este artigo reflete sobre uma experiência didática com alunos de Letras, a quem ministrei, no Rio de Janeiro, a disciplina Diálogos Intermídias, em 2011. Partindo do princípio de que as palavras significam porque podem se descontextualizar (BAUMAN & BRIGGS, 1990) ou se deslocar de seus contextos "originais" (DERRIDA, 1977) - isto é, significam porque viajam -, a disciplina investigou a viagem de signos entre campos teóricos diversos: da literatura para a clínica, da etnografia para a literatura, das favelas para a universidade. O ponto central é que o ensino e a aprendizagem que se desenrolaram no centro da cidade do Rio de Janeiro, ou no centro carioca (karaí'oca significa 'casa de branco' em tupinambá), não foram atividades de cognição humana, mas de condição humana - isto é, para além de meras questões cognitivas na relação linguagem-ensino, o que se desvelou nessa relação foi a emergência de posicionamentos humanos particulares (RAJAGOPALAN, 2002). Numa perspectiva da mútua constituição entre linguagem e sociedade, investigo posicionamentos identitários que emergiram na leitura e em comentários sobre textos que descontroem versões dominantes de gênero, sexualidade, raça e subjetividade.

ASSUNTO(S)

contexto descontextualização identidade ensino leitura

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