Dialogismo e arte na gestÃo em saÃde: a perspectiva popular nas cirandas da vida em Fortaleza-CE / El dialogismo y el arte en la gestiÃn de la salud: una perspectiva sobre torniquetes populares de la vida en Fortaleza

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/10/2009

RESUMO

Este estudo à fruto da caminhada dos atores e atrizes populares que protagonizam as Cirandas da Vida em Fortaleza-CE, e insere-se no contexto de uma gestÃo pÃblica municipal, buscando fazer o movimento dialÃtico de desvelar o mundo, com base na aÃÃo-reflexÃo-aÃÃo. Dessa forma, propÃe-se a apreender nessa experiÃncia, como se expressam o dialogismo e a arte, na gestÃo em saÃde, buscando a perspectiva popular; capturar o modo como a populaÃÃo expressa sua histÃria de luta, mediante as linguagens da arte; identificar como a luta pelo direito à saÃde à expressa nas rodas das Cirandas, em seus enfrentamentos com a esfera institucional; analisar como os atores populares se inserem na formulaÃÃo de polÃticas de saÃde, a partir dessas rodas; e compreender como os diferentes grupos geracionais expressam suas leituras da realidade, no dialogismo vivido no contexto da gestÃo em saÃde. Para traÃar esses caminhos, propusemos a pesquisa-aÃÃo como percurso metodolÃgico e ousamos construir uma proposta que cunhamos de Ciranda de Aprendizagem e Pesquisa em cuja abordagem multirreferencial, envolvemos atores populares â os cirandeiros â que constituÃram o grupo sujeito deste estudo, protagonistas da produÃÃo do conhecimento nessa vivÃncia de prÃxis grupal. O estudo traz como categorias-chaves, as situaÃÃes-limite apontadas pela populaÃÃo, bem como os atoslimite para os enfrentamentos do princÃpio de comunidade e a esfera institucional. As sinfonias que apresentamos, trazem, harmonias e contrapontos, como espaÃo polifÃnico do dizer das culturas humanas e tambÃm revelam desafios. Um deles à o de se constituir na gestÃo em saÃde um caminho de intersetorialidade, capaz de comportar a perspectiva popular onde a arte se apresenta como potÃncia e devir social. O trabalho com a humanizaÃÃo nos revela a necessidade de fazer dialogar os trabalhadores da saÃde e da gestÃo, com os saberes da experiÃncia popular sobre o cuidado em saÃde articulando redes de conversaÃÃo que incluem prÃticas de cuidado e chamam a dimensÃo da integralidade. A interface entre promoÃÃo à saÃde e a educaÃÃo escolar como forma de se aproximar da vida no territÃrio dà o tom do dialogismo entre educaÃÃo e gestÃo em saÃde, mediado pela arte e a educaÃÃo popular. A juventude em conflito com a lei revela a omissÃo do Estado cujas lacunas vÃo sendo supridas pelo princÃpio de comunidade em um contexto do diÃlogo intercultural, como forma de romper com o silenciamento dessa juventude e promover suas potÃncias com base em formas de cultura e linguagens da arte. A arte em sua polifonia e as redes sociais revelam sua potÃncia nos processos de mobilizaÃÃo e de inclusÃo social. As dimensÃes pedagÃgicas da experiÃncia das Cirandas da Vida traÃam saberes e possibilidades que revelam, no dialogismo da gestÃo, o desejo dos artistas populares, de se dizer como sujeitos histÃricos das aÃÃes de promoÃÃo da saÃde. Por seu lado, a âcenopoesiaâ, como linguagem da arte trabalhada pelo movimento popular, nos impulsiona para as possibilidades do diÃlogo entre as diversas linguagens da arte. As aÃÃes de gÃnero referendam a corresponsabilizaÃÃo coletiva articulando dimensÃes subjetivas e polÃticas. A experiÃncia com aÃÃes de economia solidÃria e saÃde parece nos apontar caminhos do dialogismo entre o princÃpio de comunidade e o princÃpio de mercado, revelando-nos o valor da solidariedade e o compartilhamento das experiÃncias na luta pelo acesso, nÃo sà ao sistema de saÃde local, mas tambÃm Ãs polÃticas sociais de maneira mais geral. O arcabouÃo burocrÃtico do Estado tem-se feito barreira à inclusÃo das organizaÃÃes populares na efetivaÃÃo de polÃticas pÃblicas. Para os cirandeiros e cirandeiras, a sua inserÃÃo no campo da gestÃo e, ao mesmo tempo, no campo da militÃncia nos movimentos populares pareceu-nos, um modo de dizer concreto que o saber e a experiÃncia popular nÃo pode ser desperdiÃada na gestÃo. A inclusÃo das Cirandas como roda da educaÃÃo popular na Teia de CogestÃo da Secretaria Municipal de SaÃde e, consequentemente, no espaÃo de tomada de decisÃo polÃtica, revela potencialidades e desafios como espaÃo instituinte onde o princÃpio de comunidade busca efetivar transformaÃÃes reais, ao realizar, como vimos, âmovimentos em potÃncia para exercer o seu protagonismoâ como modo tambÃm de contribuir para a formulaÃÃo de polÃticas.

ASSUNTO(S)

saude coletiva polÃtica de saÃde - fortaleza (ce) - participaÃÃo do cidadÃo serviÃos de saÃde comunitÃria - fortaleza (ce) - participaÃÃo do cidadÃo promoÃÃo da saÃde - fortaleza (ce) - participaÃÃo do cidadÃo arte na educaÃÃo - fortaleza (ce) educaÃÃo popular - fortaleza (ce) movimentos sociais - fortaleza (ce)

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