Dialética de uma política de provimento médico em áreas prioritárias no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-03

RESUMO

Resumo Introdução: As populações que vivem em áreas vulneráveis e de difícil acesso no Brasil representam uma parcela da população que vem se mostrando bastante sensível à falta de médicos e de serviços de saúde. O governo, buscando responder em caráter emergencial a essa situação, instituiu o Programa Mais Médicos, em 2013. Objetivo: Problematizar o Programa Mais Médicos, com o propósito de contribuir para o debate sobre as políticas de provimento médico no Brasil. Método: Ensaio a partir da revisão dos documentos oficiais: Programa Mais Médicos - dois anos: mais saúde para os brasileiros, 2015; Relatório de Auditoria Operacional TC nº 005.391/2014-8, do Tribunal de Contas da União, e Demografia Médica no Brasil 2015. Resultados: A importação de médicos intercambistas, que não passaram por revalidação do diploma, deixou dúvidas sobre a qualidade técnica dos serviços ofertados à população. Na infraestrutura, o contingenciamento de recursos paralisou obras e inviabilizou projetos de manutenção da rede assistencial. A criação de novas faculdades de medicina gerou incertezas quanto à possibilidade de ser oferecido um ensino de qualidade, com estrutura mínima e suficiente de laboratórios, ambulatórios e hospitais-escola, indispensáveis à formação do médico. Conclusão: As desigualdades regionais de concentração e dispersão de médicos, mostradas por estudos sobre a demografia médica no Brasil, decorrem de vários fatores, como falta de um plano de carreira e de condições de trabalho. De nada adianta ter o médico se este não dispuser de condições seguras e éticas para elaborar o diagnóstico, a terapêutica e acompanhar a reabilitação de seu paciente.

ASSUNTO(S)

atenção primária à saúde distribuição de médicos política pública de saúde populações vulneráveis sistema único de saúde

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