Diagnóstico de sepse neonatal causada pelo estreptococo do grupo B por meio de dupla amplificação de amostras residuais de urina
AUTOR(ES)
Cezarino, Bruno Nicolino, Yamamoto, Lidia, Del Negro, Gilda Maria Barbaro, Rocha, Daisy, Okay, Thelma Suely
FONTE
Brazilian Journal of Microbiology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008-03
RESUMO
O estreptococo do grupo B (GBS) constitui a causa mais freqüente de sepse neonatal precoce. O teste de referência continua sendo o isolamento em cultura, apesar de apresentar problemas de sensibilidade. O objetivo do presente estudo foi validar uma técnica de dupla amplificação e determinar a possibilidade do uso de amostras residuais de urina colhidas por método não invasivo, não estéril, para a confirmação da sepse por GBS em recém-nascidos. As amostras foram amplificadas com primers do principal gene de superfície do GBS. A insuficiência de volume de material biológico para a realização de exames para suporte de vida, além de outros necessários à identificação do agente etiológico de infecções é muito freqüente em recém-nascidos. Mesmo assim, decidimos definir critérios bastante rigorosos para a inclusão de pacientes na casuística: os recém-nascidos deveriam apresentar sinais e sintomas compatíveis com infecção pelo GBS; deveriam ter tido ao menos uma amostra enviada para cultura, podendo ser sangue, urina ou líquor; disponibilidade de volumes residuais dessas amostras, ou de outras colhidas no dia da hospitalização, antes da introdução da antibioticoterapia, de forma a possibilitar a análise por PCR, e evolução favorável com a antibioticoterapia empírica. Em apenas um dos quatro recém-nascidos a infecção foi confirmada por cultura, enquanto nos outros três casos a infecção foi considerada presuntiva (pacientes preencheram os critérios de inclusão, mas o GBS não foi isolado). De um total de 12 amostras dos quatro pacientes (5 de sangue, 3 de líquor e 4 de urina), 8 foram testadas por cultura (2 foram positivas), 8 foram testadas por PCR (7 foram positivas), e apenas 4 pelos dois métodos simultaneamente (1 positiva por cultura e 3 por PCR). Concluímos que apesar do número restrito de pacientes e de amostras testadas, os resultados apresentados sugerem que a amplificação proposta poderia ser usada para o diagnóstico de sepse pelo GBS, uma vez que a amplificação foi possível nos três tipos de materiais biológicos testados (sangue, urina e líquor), e a PCR foi mais sensível que as culturas por ter conseguido confirmar a infecção na urina dos quatro pacientes, usando volumes residuais de amostras colhidas por método não invasivo, não estéril, o que é tecnicamente adequado uma vez que o GBS não faz parte da flora normal da urina, evitando procedimentos invasivos, tais como a punção supra-púbica da bexiga ou a cateterização transuretral. Ao mesmo tempo, o uso de urina em lugar de sangue ajuda a prevenir a espoliação sangüínea dos recém-nascidos.
ASSUNTO(S)
estreptococo do grupo b sepse neonatal sepse neonatal precoce infecção neonatal pcr dupla amplificação
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