Diagnóstico ambiental e uma proposta de uso da bacia hidrográfica do córrego Bebedouro Uberlândia/ MG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo realizar um diagnostico ambiental e uma proposta de uso da bacia do córrego Bebedouro Uberlândia/MG, utilizando técnicas de geoprocessamento. A bacia está localizada na zona rural, ao norte da mancha urbana de Uberlândia, distante 10 km do centro urbano, entre as coordenadas UTM 780500 - 787800 mE e 7917200 - 7925000 mN, apresentando uma área de 32,56 km, onde atualmente foi construída a Usina Hidrelétrica Amador Aguiar II, antiga AHE Capim Branco II. Para a realização do trabalho, foram utilizados dados climatológicos, documentos cartográficos, fotografias aéreas de 1979 e imagem de satélite HRVIR/Spot de 2006. A metodologia adotada teve como base a proposta por Libault (1971), a qual define quatro níveis de pesquisa - compilatório, correlatório, semântico e normativo. Os softwares utilizados foram o Cartalinx (para conversão dos produtos analógicos), o Idrisi (processamento dos dados) e o ArcView (produção do layout final). Como resultado da pesquisa, tem-se que a bacia do córrego Bebedouro apresenta um clima tropical, com índice pluviométrico anual de 1540 mm, e temperatura média anual de 22,9 C, sendo que a maior média das máximas encontra-se no mês de outubro (31,1C) e a menor média da mínimas encontra-se no mês de julho (14,6C). A formação geológica predominante é a formação Serra Geral, que ocupa 76,45% da área, formada por derrames basálticos. Os solos são do tipo latossolo vermelho distroférrico, ocorrem em 76,70% da área da bacia. A maior parte da área, 69%, encontra-se entre as altitudes que variam de 600 a 780 metros. O uso da terra e cobertura vegetal, predominantes tanto em 1979 quanto em 2006, são as pastagens, seguidas pela mata/cerradão, agricultura e cerrado. Em 1979 as pastagens ocupavam 60,42% da área, enquanto que, em 2006, aumentaram, ou seja, passaram para 64,19%. A categoria mata/cerradão também aumentou, no período analisado, passando de 15,04% (1979) para 15,61% (2006). Já as categorias agricultura e cerrado diminuíram. No caso da agricultura, o índice passou de 13,04%(1979) para 11,99% (2006), enquanto que o cerrado passou de 8,46% (1979) para 55,95% (2006). O que se conclui é que, na bacia, predomina o uso antrópico, e tais modificações no uso da terra são antigas ocorreram antes de 1979. Na maior parte da bacia, ou seja, em 84% da área, ocorrem perdas de solo, menores do que 6 ton/há/ano. A área caracteriza-se pela presença de propriedades pequenas sendo 60% delas menores do que 30 ha e 46% dos proprietários moram na fazenda há mais de 20 anos. A partir do cruzamento dos mapas, foi elaborado o mapa de uso da terra recomendado para a bacia do córrego Bebedouro, onde concluímos que 18,09% da área pode ser utilizada para agricultura e pastagem, sem a necessidade do uso de práticas conservacionistas complexas. Em 48,74% da área podem ser desenvolvidas atividades antrópicas, especialmente pastagens; no entanto estas exigem práticas conservacionistas, como por exemplo a construção de curvas de nível e, na maioria das vezes, terraços, 28,19% da área não devem ser utilizadas com atividades antrópicas, devem-se destinar à recuperação da vegetação original, e 4,98% devem ser destinados a preservação permanente. O mapa de uso da terra, recomendado para a bacia do córrego Bebedouro Uberlândia/MG, indica como deveria ser ocupada a área, de forma a minimizar os impactos ambientais e contribuir com a preservação dos recursos hídricos, flora e fauna da bacia. As técnicas de geoprocessamento utilizadas para o desenvolvimento do presente trabalho mostraram-se satisfatórias e muito contribuíram para a elaboração dos produtos necessários utilizados no diagnóstico ambiental e na recomendação de uso para a bacia.

ASSUNTO(S)

diagnóstico ambiental sistemas de informação geográfica geoprocessing geoprocessamento geografia bacias hidrográficas - uberlândia (mg) basin bacia hidrográfica environmental diagnosis

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