Deus salve a rainha e evite engarrafamentos: textos de jornalismo cultural
AUTOR(ES)
Assunção, Ademir
FONTE
Editora UnB
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021
RESUMO
“Muito se fala em “jornalismo literário”, como se a segunda condição tornasse a primeira mais nobre, e como se a primeira ajudasse a segunda a se tornar mais “popular”, coloquial. Não parece algo que tire o sono de Ademir Assunção: ele não concebe a escrita a partir de um cânone, de uma idealização, de uma vontade externa, mas de sua própria inquietação. Ele também não teme a verdade — e ele a busca em qualquer lugar, seja no morro com Bezerra da Silva, seja caminhando pelas ruas de Porto Alegre a bordo de Mário Quintana. Ademir também escreve ficção, e os pressupostos — não as ferramentas — são parecidos com os de seu jornalismo. Em janeiro de 2004, com Adorável criatura Frankenstein, esculachava os ritos de legitimação de ídolos, marqueteiros, intelectuais e modelos-atrizes-apresentadoras do circo midiático brasileiro. Ele parece crer que a literatura (e também o jornalismo) age no mundo, muda o mundo e não está aí para fixar ou cristalizar as convicções, mas para sacudi-las, abalá-las, estremecer a árvore dos fetiches. O poeta beatnik Gary Snyder disse, certa vez, que a poesia é como um grande corvo sentado num fio de alta tensão, entre dois postes. “Ninguém presta atenção nela, mas ela vê tudo.” O jornalismo cultural praticado pelo Ademir é como aquele corvo do Snyder. Está lá, em todos os fios, com seu olhar escrutador. Os farsantes vão ficando pelos meios fios. Assunção vai enchendo todos os fios.”
ACESSO AO ARTIGO
http://books.scielo.org/id/nssyzDocumentos Relacionados
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