Determination of nominal interest rate and its relationship with the exchange rate in Brazil during the time period from 1990 to 2006 / Determinantes da taxa de juros nominal e sua relação com a taxa de câmbio no Brasil no período de 1990 a 2006

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Nas duas últimas décadas, o Brasil vem praticando elevadas taxas de juros nominais em relação à taxa de inflação existente. Isso encarece o crédito, aumenta o endividamento e prejudica o crescimento econômico sustentado. Além disso, fatores como a implementação de políticas econômicas de combate à inflação, a aceleração do processo de abertura e internacionalização econômicas criam um mix variáveis que se relacionam com a taxa de juros e deixam explícita a necessidade de se analisar os principais determinantes da taxa de juros nominal no Brasil e sua relação com a taxa de câmbio, objetos de estudos do presente trabalho. O modelo teórico apresentado, expandido para incluir uma equação de Fisher adequada à economia brasileira e o risco de default, foi estimado seguindo os seguintes passos: 1) testes de raiz unitária de Dickey-Pantula, Dickey-Fuller, raiz unitária sazonal e raiz unitária com quebra estrutural foram realizados de modo a saber o grau de integração de cada variável e, assim, como cada uma deve ser considerada nos modelos; 2) regressões para taxa de juros e taxa de câmbio foram, inicialmente, estimadas pelo método de Mínimos Quadrados Ordinários e, caso tenham sido constatados problemas de heteroscedasticidade e autocorrelação dos resíduos, as regressões foram reestimadas pelo método dos Mínimos Quadrados Ponderados, Mínimos Quadrados Ponderados com modelo não-linear de correção da autocorrelação dos resíduos e/ou Mínimos Quadrados Ponderados com estimativas consistentes da variância de White ou Newey-West. Inicialmente utilizaram-se dados com periodicidade mensal, mas os resultados não foram robustos. Por isso, foram usados dados com periodicidade trimestral, obtendo melhores resultados. Apenas as melhores regressões são apresentadas no texto, apresentando dois grupos de estimativas para os determinantes das taxas de juros e de câmbio, sendo o primeiro para o período de 1990 a 2006 sem risco de default e o segundo para o período em que há dados sobre risco de default (os melhores resultados incluindo a variável risco ocorreram para o período de 1995 a 2006). Essas regressões fundamentam a definição de quatro modelos VAR (Vetor Autorregressivo). Esta última, ao ser estimada usando a decomposição de Choleski, permite chegar a conclusões convergentes aos das regressões selecionadas. Tanto a análise de regressão quanto o VAR reforçam o papel das variáveis externas em afetar a taxa de juros CDI a partir de 1995, em detrimento das variáveis domésticas, especialmente a taxa de inflação. O modelo para a taxa de câmbio sinaliza para uma conclusão semelhante, sendo a variável CDI a mais importante quando considerado todo o período em análise, mas perdendo poder explicativo sobre a taxa de câmbio quando inserida a variável risco de default. Pode-se afirmar que a conta capital e financeira do Balanço de Pagamentos é semi-aberta e que os fatores externos possuem impactos expressivos sobre a taxa de juros CDI, principalmente após a implementação do Plano Real. Em especial, o risco de default percebido pelos investidores externos possui um papel importante em mostrar a seguinte dinâmica: sob maior risco de default, um aumento da taxa de juros (via política monetária restritiva) pode provocar um efeito perverso, pois ao invés de atrair capital externo (e, assim, poder cumprir com as obrigações financeiras), provoca uma saída de capital e desvaloriza a taxa de câmbio, aumentando a inflação. Esses resultados são de extrema importância para o exercício da política monetária, tal como exposto nas conclusões do trabalho.

ASSUNTO(S)

nominal interest rate política monetária taxa de câmbio exchange rate default risk taxa de juros. monetary policy.

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