Determinantes sociais e sua interferência nas taxas de homicídio em uma metrópole do nordeste brasileiro

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014

RESUMO

OBJETIVO: Este artigo tem por objetivo analisar a possível relação entre determinantes sociais e a mortalidade por homicídios em Fortaleza (CE). MÉTODO: Para investigar se a mortalidade por homicídios está relacionada a determinantes sociais, um estudo ecológico transversal foi delineado em Fortaleza. Dados sociais, econômicos, demográficos, saneamento, anos potenciais de vida perdidos e IDH foram coletados. A variável dependente foi a taxa de mortalidade por homicídios no período de 2004 a 2006. A fim de verificar a relação entre a variável desfecho e as variáveis preditoras, foi realizada a regressão linear. O coeficiente de correlação linear de Spearman foi usado na análise bivariada. As variáveis que apresentaram valor de p < 0,25 integraram a análise multivariada. RESULTADOS: Foram encontradas associações entre determinantes sociais e a taxa de mortalidade por homicídios. As variáveis relacionadas com renda e escolaridade se mostraram determinantes para a mortalidade. O modelo de regressão múltipla mostrou que 51% das taxas de homicídio dos bairros de Fortaleza são explicados pelas variáveis: anos potenciais de vida perdidos, proporção de domicílios com habitação precária, média de anos de estudo, renda per capita e percentual de chefes de família com 15 ou mais anos de estudo. Já os coeficientes para anos potenciais de vida perdidos e proporção de domicílios com habitação precária mostraram-se positivos. CONCLUSÃO: Os achados sinalizam que os óbitos por homicídios associam-se a um elevado nível de pobreza e urbanização descontrolada, as quais migram para as periferias dos grandes centros urbanos.

ASSUNTO(S)

homicídio iniquidade social taxa de mortalidade condições sociais Áreas de pobreza população urbana

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