Determinantes do abandono do aleitamento materno exclusivo: fatores psicossociais
AUTOR(ES)
Machado, Mariana Campos Martins, Assis, Karine Franklin, Oliveira, Fabiana de Cássia Carvalho, Ribeiro, Andréia Queiroz, Araújo, Raquel Maria Amaral, Cury, Alexandre Faisal, Priore, Silvia Eloiza, Franceschini, Sylvia do Carmo Castro
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-12
RESUMO
OBJETIVO Avaliar os determinantes ao abandono do aleitamento materno exclusivo. MÉTODOS Estudo longitudinal baseado em coorte de nascimentos realizado em Viçosa, Minas Gerais. Acompanharam-se 168 puérperas provenientes da rede pública de saúde em 2011/2012. Foram realizadas três entrevistas com as puérperas: aos 30, 60 e 120 dias após o parto. O abandono do aleitamento materno exclusivo foi analisado no segundo e quarto meses após o parto. Aplicou-se escala Edinburgh Post-Natal Depression Escale para identificar os sintomas depressivos no primeiro e segundo encontros, adotando-se o ponto de corte ≥ 12. Foram investigadas variáveis socioeconômicas, demográficas, obstétricas, condições emocionais e rede social da puérpera durante a gestação e puerpério. RESULTADOS As prevalências de abandono do aleitamento materno exclusivo aos 30, 60 e 120 dias após o parto foram 53,6% (n = 90), 47,6% (n = 80) e 69,6% (n = 117), respectivamente, e sua incidência no quarto mês em relação ao primeiro foi 48,7%. Sintomas de depressão pós-parto e parto traumático associaram-se com abandono do aleitamento materno exclusivo no segundo mês após o parto. No quarto mês, mostraram significância as variáveis: menor escolaridade materna, não possuir imóvel próprio, ter voltado a trabalhar, não ter recebido orientações sobre amamentação no puerpério, reação negativa da mulher com a notícia da gestação e não receber ajuda do companheiro com a criança. CONCLUSÕES Fatores psicossociais e sociodemográficos se mostraram fortes preditores do abandono precoce do aleitamento materno exclusivo. Dessa forma, é necessário identificar e tratar precocemente as nutrizes com sintomatologia depressiva, reduzindo a morbidade a ela associada e promovendo maior duração do aleitamento materno exclusivo. Os profissionais de saúde, bem como o apoio recebido no lar e no trabalho, podem beneficiar esse processo.
ASSUNTO(S)
aleitamento materno desmame alimentação artificial depressão pós-parto fatores de risco fatores socioeconômicos estudos transversais
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