Determinação dos mecanismos antiulcerogênicos e antioxidantes do óleo esencial de Hyptis spicigera Lam., Lamiaceae / Determination of the antiulcerogenic and antioxidant mechanisms of the essential oil from Hyptis spicigera Lam., Lamiaceae

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O gênero Hyptis Jacq. (Lamiaceae) compreende cerca de 350 espécies e exibe grande diversidade morfológica no Cerrado brasileiro. As espécies são aromáticas e frequentemente utilizadas para o tratamento de infecções gastrintestinais, cólicas, dor, doenças de pele, rinofaringite, congestão nasal e febre. Hyptis spicigera Lam., uma erva daninha nativa do Brasil e típica do Cerrado, é também conhecida como catirina, hortelã, fazendeiro, cheirosa, cheirosa-de-espiga ou buchinha-do-cerrado. É fortemente aromática e diferencia-se das demais espécies de Hyptis pela forma da sua inflorescência. Seu óleo essencial é utilizado para tratar dores musculares, pancadas, luxações e problemas digestivos. O objetivo deste trabalho, baseado no uso popular da espécie, foi avaliar o potencial antiulcerogênico do óleo essencial comercial de Hyptis spicigera (OEH), bem como seus possíveis mecanismos de ação envolvidos. A análise de cromatografia gasosa-espectrometria de massa (CG-EM) do OEH indicou a presença de três monoterpenos majoritários: α-pineno (50,8%), cineol (20,3%) e β-pineno (18,3%). Foram realizados diferentes modelos experimentais de úlcera gástrica; com base em suas respectivas especificações foram incluídos dois grupos controle, um positivo (lansoprazol, carbenoxolona ou cimetidina) e um negativo (veículo – Tween 80, 12%, 10 mL/Kg). Após cada experimento, ratos Unib: WH foram sacrificados, seus estômagos removidos e abertos na região de maior curvatura e fotografados para quantificação da área de lesão ulcerativa por meio do programa AVSoft. OEH, na dose de 100 mg/Kg (v.o.), apresentou atividade antiulcerogênica contra lesões gástricas induzidas por etanol absoluto (97%) e DAINE (84%). Para avaliar os mecanismos de ação envolvidos na atividade aniulcerogênica de OEH atividades antisecretória, citoprotetora e antioxidante foram analisadas. O modelo de úlcera gástrica induzida por ácido acético e análises de western blotting (COX-2 e EGF) foram também utilizados para avaliar a capacidade cicatrizante de OEH. Esse óleo essencial não interfere na secreção ácida na mucosa gástrica; além disso, sua gastroproteção não depende de NO nem de compostos com G-SH. A atividade gastroprotetora de OEH ocorre devido ao aumento na produção de muco (28%) induzido pelos níveis gástricos de PGE2. OEH demonstrou também potente capacidade de cicatrização, com 87% de redução da área de lesão ulcerativa, devido ao aumento na expressão de COX-2 (75%) e EGF (115%) na mucosa gástrica. Existem evidências de que ERO participam na etiologia de úlcera gástrica e muitos óleos essenciais foram recentemente qualificados como antioxidantes naturais. A capacidade do OEH de reduzir ou prevenir estresse oxidativo foi avaliada in vitro e in vivo, na mucosa gástrica de ratos Unib: WH submetidos à úlcera induzida por etanol absoluto. OEH apresentou atividade antioxidante, via transferência de H+, relacionado ao sequestro de radicais peroxil. Nenhum sinal de toxicidade foi observado nesse estudo, considerando os parâmetros analisados.

ASSUNTO(S)

Óleo essencial hyptis spicigera drogas antiulcerogênicas essential oil antiulcer drugs

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