Determinação das faixas de conforto térmico para frangos de corte de diferentes idades criados no Brasil / The thermal comfort bands determination in poultry in different ages created in Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/04/2011

RESUMO

O nível de conforto térmico no interior de instalações avícolas é fator altamente importante na determinação do sucesso da atividade de produção de frangos de corte. O excesso de frio e/ou de calor, revertem em menor produtividade das aves, afetando sua performance geral e saúde, podendo ocorrer situações extremas, como o acréscimo da mortalidade dos lotes. Por esta razão, torna-se muito relevante que se conheça os níveis térmicos considerados confortáveis e adequados ao máximo desempenho produtivo das aves de corte em suas diferentes fases de desenvolvimento. Entretanto, acredita-se que as faixas de temperaturas atualmente estabelecidas como ótimas pelo padrão das linhagens das aves podem estar defasadas devido à mudança na genética e nutrição, bem como a aclimatização das mesmas ao clima do Brasil. Tendo em vista o exposto, realizou-se esta pesquisa, com o objetivo de avaliar e estabelecer a faixa realmente representativa de conforto térmico para as diferentes idades de frangos de corte aclimatizados nas condições brasileiras, bem como a influencia de diferentes temperaturas de estresse por frio e por calor na fase inicial de criação (período de aquecimento de aviários) sobre o desempenho final de aves submetidas a conforto ou diferentes condições de estresse calórico (situação que ocorre quase que invariavelmente nas condições naturais do Brasil). Para isto, o trabalho de campo foi realizado em cinco câmaras climáticas situadas no AMBIAGRO DEA/UFV, com frangos machos da linhagem COBB, tendo sido conduzido em duas fases: primeira fase com 600 aves de 1 a 21 dias de idade e segunda fase com 240 aves de 21 a 42 dias de idade. Na primeira fase identificou-se a influência de cinco diferentes condições térmicas ambientais, sobre o desempenho, fisiologia e comportamento das aves na idade de 1 a 21 dias, constituindo-se assim cinco tratamentos: conforto térmico até então preconizado pela literatura para as três primeiras semanas de vida das aves, (33, 30, 27C, respectivamente), dois níveis de estresse por calor, (36, 33 30C e 39, 36, 33 C, respectivamente), dois níveis de estresse por frio (30, 27, 24C e 27, 24, 21C), assim como a influencia destes diferentes tratamentos da primeira fase sobre seu comportamento geral ao final de seu período de criação. Na segunda fase experimental as aves foram redistribuídas de forma que aves de cada um dos cinco tratamentos da primeira fase fossem submetidas a uma situação de conforto térmico preconizado (23C) e a dois níveis de estresse por calor (27 e 31C) durante 12 horas do dia, constituindo assim, 15 novos tratamentos. Durante o período noturno todas as aves foram mantidas em ambiente de conforto térmico. Foram analisados parâmetros de desempenho animal (ganho de peso, consumo de ração e água, conversão alimentar, peso corporal e rendimento de carcaça), fisiológicos (temperatura retal e de superfície, concentrações de hormônios T3 e T4 no plasma sanguíneo e peso relativo de vísceras) e também aspectos comportamentais (tais como demonstração de estresse, distribuição espacial e presença em comedouros e bebedouros). De forma geral, as aves mantidas nas temperaturas de 30, 27 e 24C, entendida por literatura como já causadora de estresse por frio, durante as três primeiras semanas de vida, respectivamente, apresentaram melhor desempenho que aquelas expostas as demais situações, indicando que esta seria a temperatura ambiental desejável ao ambiente de criação das aves na sua fase inicial. Da mesma forma, quando submetidas a conforto térmico preconizado durante a segunda fase de vida, estas aves mantiveram melhor desempenho que aquelas originarias dos demais tratamentos, incluindo as que permaneceram em temperatura preconizada como sendo de conforto térmico por todo o período experimental. Com base na análise de regressão dos resultados de desempenho, ITGU, comportamentais e fisiológicos, concluiu-se que a temperatura de conforto para frangos de corte nas três primeiras semanas de vida são 31,3C na primeira semana, entre 26,3 e 27,1C segunda semana e entre 22,5 e 23,2 C na terceira semana, e que a temperatura a que a ave é exposta na primeira fase de vida repercute no desempenho final do lote.

ASSUNTO(S)

ambiência avicultura aviculture engenharia agricola ambience

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