Detalhes sobre a historia geologica da Bacia Sergipe/Alagoas a partir de biomarcadores acidos e sintese de biomarcadores

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

Este trabalho é dividido em três partes distintas. A primeira parte envolve o estudo de nove (9) óleos da bacia Sergipe-Alagoas originados das formações Coqueiro Sêco, Carmópolis e Muribeca do Apitiano (97-113m.a.). A análise dos constituíntes neutros permitiu caacterizar esses óleos como de origem marinha evaporítica e pouco evoluídos termicamente. Os níveis de biodegradação destes óleos a partir da alteração de determinadas classes de biomarcadores, variam entre os níveis de biodegradação destes óleos a partir da alteração de determinadas classes de biomarcadores, variam entre os níveis 1 e 6 segundo a escala de Peters e Moldowan. Uma série de trans /cis 2-metil-n-alquil-cicloexano (C11 a C33) foi detectada na fração neutra do óleo E durante o monitoramento dos biomarcadores através do RlC m/z 97. A literatura relata que a presença destes compostos está associada à contribuição de algas como Gloeocapsomorpha prisca para a formação da rocha geradora. Essa alga teve uma grande influência na contribuição da matéria orgânica de óleos marinhos do periodo Ordoviciano (430-500 m.a). Como as bacias marginais Brasileiras são do Cretácio ( 97-113 m.a.) sugerimos que a contribuição algal que originou essa classe de biomarcadores tenha sido efetuada por uma alga congênere mais moderna. A análise dos biomarcadores ácidos (analisados como ésteres metilicos e seus derivados hidrocarboneto marcados com deutério e sem marcação) completou o estudo da fração neutra. Com base nesses estudos foi possivel comparar os óleos B/I e os óleos D/F os quais possuem níveis de biodegradação compatíveis 2 a 2. Foi portanto possível propor uma migração mais longa para os óleos B e F do que para os óleos I e D pois, B e F apresentam uma maior abundância de ácidos isoprenóides. A presença de ácidos bb-hopanóicos reforçou que estes ácidos eram imaturos. A evolução térmica pode ser avaliada mais detalhadamente a partir da abundância relativa dos ácidos 17b(H),21b(H)22R* (tabela 12) hopanóicos (configuração biológica) que permitiu agrupar e ordenar os óleos estudados em 3(três) grupos: grupo 1: os óleos A,H, e I mais evoluidos termicamente; grupo 2: os óleos B,C,D e E de evolução intermediária; grupo 3: o óleo G, menos evoluido. A hipótese de incorporação de matéria orgânica imatura foi descartada pois os prováveis caminhos de migração são pobres em matéria orgânica. Isto nos levou a concluir que as abundancias relativas dos ácidos b,b-hopanóicos indicam a verdadeira idade da rocha geradora sem adulteração por incorporação de matéria orgânica imatura durante a migração, assim os óleos B, C, D, E e F, foram os óleos que migraram inicialmente e os óleos A,H e I por último. Detectamos adicionalmente a presença de ácido oleico (ácido 9-octadecenóico 45) o qual deve provir de uma "síntese de novo" por microorganismos. Uma outra série homóloga (C19-C25) foi detectada na fração ácida do óleo A derivatizada à hidrocarboneto com pico base m/z 111 nos seus espectros de massas, foi identificada como dimetil n-alquilcicloexano. A incorporação do deutério foi observada no fragmento base do espectro de todos os componentes desta série, o qual sofreu o aumento de 1u (m/z 112) indicando que o grupo carbometoxi estava ligado ao anel e não na cadeia lateral. Esta série é inédita na literatura porém já foi detectada em vários óleos de origem estudados no grupo. A segunda parte do trabalho envolveu a síntese dos compostos que foram detectados pelo RIC m/z 97 na fração neutra do óleo E. Foram obtidos padrões sintéticos de 2 n-undecil tiofeno 91, 3-n-undeciltiofeno 99, 2-[4,8-dimetilnonil]tiofeno 92, 3-[4,8-dimetil nonil]tiofeno 101. Também para o íon m/z 97 obtivemos o 2-metil-n-decil-cicloexano 105. A coinjeção utilizando a programação em SIM confirmou como sendo o composto 105 presente na série detectada no óleo E. A terceira parte de nossa tese realizamos um estudo comparativo entre dois tipos de índices de retenção um para os hidrocarbonetos e outro para ésteres, utilizando 8 compostos terpênicos. Constatamos que há uma correspondência entre os índices de retenção dos hidrocarbonetos e dos índices de retenção dos ésteres de compostos terpânicos quando o grupo carbometoxi situa-se no fim de uma cadeia alquílica. O mesmo não é válido quando o grupo carbometoxi situa-se junto a um anel.

ASSUNTO(S)

espectrometria de massa petroleo

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