Desnutrição protéico-energética no paciente gastrectomizado

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FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-03

RESUMO

Racional - A gastrectomia traz conseqüências nutricionais inevitáveis mas atenuáveis, dependendo da dietoterapia pós-operatória. Embora observada, essa desnutrição protéico-energética é pouco dimensionada, provavelmente, pela falta de consenso metodológico. Objetivo - Avaliar o grau de desnutrição protéico-energética do paciente gastrectomizado, utilizando-se de indicadores isolados ou combinados. Pacientes e Métodos - Foram estudados 71 pacientes com gastrectomia parcial (n = 53) ou total (n =18) em pós-operatório de 6 a 24 meses e 24-60 meses. Os dados dietéticos, composição corporal e bioquímicos foram analisados de acordo com o tipo de gastrectomia e tempo pós-operatório. Resultados - A cirurgia foi conseqüência de complicações de úlcera péptica (68%) ou a câncer gástrico (32%). A perda de peso foi referida por 70% dos pacientes, sendo maior no grupo gastrectomia total (16 ± 5 kg) do que no grupo gastrectomia parcial (10 ± 6 kg). Em geral, os pacientes apresentaram déficit antropométrico, albuminemia normal e baixa ingestão calórica, sugerindo deficiência energética crônica. A redução de hemoglobina, hematócrito e ferro ocorreu em maior intensidade e mais precocemente no grupo gastrectomia total. Assim, quando se associou hemoglobina aos indicadores albumina, linfócitos circunferência do braço e prega cutânea subescapular, a prevalência de desnutrição protéico-energética foi maior e em maior intensidade do que na ausência da hemoglobina. Conclusão - A gastrectomia resultou em desnutrição protéico-energética do tipo marasmática, acompanhada de anemia, mais intensa e precoce na gastrectomia total e gradativa na gastrectomia parcial, assemelhando-se à gastrectomia total no pós-operatório tardio.

ASSUNTO(S)

gastrectomia síndromes de pós-gastrectomia desnutrição protéico-energética anemia

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