Deslocamentos de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em remanescentes de Floresta Atlântica no sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-12

RESUMO

Nós utilizamos a técnica de marcação-recaptura para avaliar os deslocamentos de morcegos dentro e entre três fragmentos florestais do sul do Brasil. Entre julho de 2002 e junho de 2003, os animais foram capturados com redes-de-neblina instaladas em quatro parcelas de 1 ha, que representavam diferentes graus de isolamento das subformações florestais, aluvial (duas parcelas) e submontana (duas parcelas). Utilizando anilhas metálicas numeradas, nós marcamos 635 morcegos de sete espécies e recapturamos 54 indivíduos de seis espécies. A maior freqüência de recaptura foi obtida para Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758), especialmente nas parcelas de origem representadas pela floresta aluvial. Os resultados sugerem que este frugívoro apresenta uma área restrita de forrageio, determinada provavelmente pela abundância de Piper L. (Piperaceae), planta reconhecida como seu alimento preferencial. Em contraste, espécies do gênero Artibeus Leach, 1821 exibiram uma baixa freqüência de recaptura, sugerindo alta mobilidade e grande área de forrageio, provavelmente relacionada à exploração conjunta dos fragmentos da região na busca por recursos, em especial Ficus L. (Moraceae), seu alimento preferencial. Nossos resultados sugerem que mesmo pequenos fragmentos florestais são valiosos para a manutenção de algumas espécies de morcegos, seja por oferecerem muitos dos recursos que eles necessitam ou por estarem espacialmente dispostos de forma a facilitar a utilização conjunta da paisagem.

ASSUNTO(S)

artibeus carollia perspicillata comportamento alimentar fragmentação florestal marcação e recaptura

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