Desinfecção de efluente sanitário por radiação UV e Gama: efeitos na inativação de ovos de Ascaris SPP
AUTOR(ES)
Gloria Suzana Melendez Bastos
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
25/07/2011
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo investigar a inativação de ovos de Ascaris spp. durante a desinfecção de efluentes domésticos pela ação da radiação ultravioleta em fotorreatores de lâmpadas imersas e emersas (em escala de demonstração); e pela ação da radiação gama proveniente de fonte 60Co (em escala de bancada). Investigou-se também o emprego de diferentes tipos de ovos de parasito do gênero Ascaris, com e sem membrana mamilonada, como indicador de eficiência de desinfecção; e, finalmente, avaliou-se o desenvolvimento do ovo de Ascaris sp. irradiado em hospedeiro (modelo murino). O esgoto foi tratado em sistema anaeróbio (UASB) seguido de filtro biológico percolador (FBP) no Centro de Pesquisa e Treinamento em Saneamento (CePTS) UFMG/COPASA. As amostras de esgoto foram contaminadas artificialmente com ovos de Ascaris spp. e foram testadas várias doses de radiação UV e de radiação gama. Após as irradiações, as amostras de esgoto foram analisadas em laboratório, a fim de verificar a viabilidade dos ovos após o período de incubação em solução de ácido sulfúrico a 0,1 N, por 28 dias, em estufa a 28ºC e aeração manual diária. Os resultados indicaram que a dose de radiação UV aplicada por fotorreator de lâmpadas imersas e por fotorreator de lâmpadas emersas foram superiores a 90% de inativação, embora a qualidade parasitológica do efluente não se enquadrasse nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde para a utilização de esgoto tratado. Quanto à radiação gama, os resultados apontaram as seguintes doses para desinfecção de efluente sanitário: dose de 3,5 kGy para efluentes com concentração até 150 ovos/L de Ascaris spp. e 5 kGy para efluentes com mais até 600 ovos/L de Ascaris spp.. Os resultados apontaram também que a membrana mamilonada protege o DNA no interior do ovo contra as ações das radiações UV e gama. E por fim foi verificado in vivo que as radiações para desinfecção de efluente doméstico minimizam o risco de infecção no modelo murino. A presente pesquisa também tentou utilizar o modelo suíno para verificar a viabilidade do ovo de ascarídeos após as irradiações, mas a configuração espacial do experimento, em regime semi-intensivo não impediu a contaminação do rebanho e comprometeu os resultados do experimento. Com isso sugere-se que futuros experimentos envolvendo modelo suíno sejam realizados em regime intensivo, com o isolamento de cada animal.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8P2G7UDocumentos Relacionados
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