Desigualdades socioeconômicas e mudanças nos comportamentos em saúde bucal de adolescentes brasileiros de 2009 a 2012

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/08/2015

RESUMO

OBJETIVO Analisar a evolução de comportamentos em saúde bucal em adolescentes em relação às desigualdades da escolaridade materna.MÉTODOS Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. A amostra foi composta por 60.973 e 61.145 escolares do nono ano das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal em 2009 e 2012, respectivamente. Foram analisados comportamentos em saúde bucal (frequência de escovação dentária, consumo de guloseimas, consumo de refrigerantes e experimentação de cigarros) e variáveis sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, tipo de escola e escolaridade materna). Compararam-se os comportamentos em saúde bucal e os fatores sociodemográficos nos dois anos (teste de Rao-Scott) e calcularam-se medidas de desigualdades socioeconômicas absolutas e relativas em saúde (coeficiente angular de desigualdade e índice de concentração relativa), utilizando-se como indicador a escolaridade materna expressa em anos de estudo (> 11; 9-11; ≤ 8).RESULTADOS Quando comparado 2012 em relação a 2009, para todas as categorias de escolaridade materna, observou-se aumento da proporção de pessoas com baixa frequência de escovação, e diminuição do consumo de guloseimas e refrigerantes e da experimentação de cigarros. Em escolas privadas, o coeficiente angular de desigualdade e o índice de concentração relativa positivos indicaram maior consumo de refrigerantes em 2012 e maior experimentação de cigarros nos dois anos entre aqueles cujas mães tinham maior escolaridade, sem mudança significativa das desigualdades. Em escolas públicas, o coeficiente angular de desigualdade e o índice de concentração relativa negativos indicaram maior consumo de refrigerantes entre aqueles cujas mães tinham, nos dois anos estudados, menor escolaridade, sem mudança significativa. Já o índice de concentração relativa positivo indicou desigualdade em 2009 para experimentação de cigarros, com maior prevalência entre aqueles cujas mães tinham maior escolaridade. Não houve desigualdade para frequência de escovação e consumo de guloseimas.CONCLUSÕES As prevalências dos comportamentos em saúde bucal apresentaram mudanças no período investigado. No entanto, tais mudanças não foram relacionadas às desigualdades de escolaridade materna.

ASSUNTO(S)

comportamento do adolescente higiene bucal conhecimentos, atitudes e prática em saúde inquéritos de saúde bucal fatores socioeconômicos desigualdades em saúde

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