Desigualdades sociais na mortalidade neonatal e condição de vida

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

Objetivos: Avaliar a associação entre distribuição espacial da mortalidade neonatal e condições de vida, e analisar as tendências das desigualdades sociais relacionadas a essa mortalidade, em Salvador, Bahia, Brasil, 2000 - 2006. Métodos: As Zonas de Informação da cidade, a unidade de análise utilizada nesse estudo, foram agrupadas em estratos de alta, intermediária, baixa e muito baixa condições de vida, com base em um Índice de Condições de Vida (ICV). Taxas de mortalidade neonatal foram calculadas para cada estrato. Correlação de Spearman, regressão linear e riscos relativos foram utilizados na análise de dados. Resultados: a mortalidade neonatal em Salvador mostrou-se associada às condições de vida, com risco de 53, 56 e 59% maior, respectivamente, nos estratos intermediários, baixa e muito baixa em comparação com o de alta condição de vida. Somente o estrato de condições de vida intermediário mostrou uma queda significativa na mortalidade neonatal (β = -0,93, p = 0,039). No estrato de condições de vida elevado, observou-se a estagnação desta mortalidade. Conclusões: Piores condições de vida foram associadas a maiores riscos de mortalidade neonatal. A ligeira redução das desigualdades sociais encontradas na mortalidade neonatal foi devida ao declénio na mortalidade do estrato de intermediária condição de vida. Embora dependente do acesso a serviços de qualidade de saúde e tecnologias de suporte à vida, uma redução mais consistente da mortalidade neonatal e das desigualdades só será alcançada quando forem implementadas poléticas públicas de mais amplo alcance, melhorando as condições de vida, focalizando, principalmente, em grupos prioritários.

ASSUNTO(S)

mortalidade infantil condições sociais desigualdades em saúde condições sociais mortalidade fatores de risco

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